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Mafalda Orlandini
10/08/2015 | Encarando a Crise.
Graças à minha alta quilometragem, infelizmente, vivi todas as crises do Brasil desde 1930, desde o tempo de Getúlio Vargas. Por outro lado, sei que é uma questão de tempo para elas passarem. Mas confesso que nunca a senti tão assustadora. É crise na Saúde, na Segurança, na Educação, na Indústria, no Comércio, etecetera, etecetera. Tudo alimentado por uma corrupção vergonhosa. Quem se iludira com as propagandas que diziam que o Brasil ia muito bem obrigado levou um susto. Comecei a imaginar que desta vez, os brasileiros, os gaúchos estavam-se sentindo derrotados. Será que ninguém estava fazendo nada? Resolvi pesquisar notícias boas no emaranhado de tudo que a imprensa publica de ruim. Procurei atitudes e cidadãos que provassem que havia esperança contra o que parecia um tsunami.
Verduras que ganhei da Jane.
No Dia da Avó, entre parabéns e agradecimentos, recebi um presente. Não podia ser mais inspirador. A Jane, minha acompanhante de quatro anos, que já viveu no campo, ainda gosta de mexer na terra. Plantou em seu pequeno quintal em General Câmara. Colheu o produto de seu trabalho, colocou em uma caixa: couve, radite, alface mimosa, espinafre, tempero verde. O marido acrescentou uns aipins plantados por ele. Pensei: é do campo que vem a força do gaúcho. Vou ver se ele continua “ aguerrido e forte”
Enquanto isso, ZH convidou lideranças sindicais, empresariais, políticas, educacionais para escreverem em “Visões do Rio Grande” e darem sugestões para vencer a crise. Os artigos que li apontam medidas que sabemos corretas como o combate à sonegação fiscal, discutir a dívida com a União, dialogar com credores, cortar gastos, diminuir despesas e outras ideias que o próprio governo sabe que deveria executar, mas nunca são concretizadas.
Para não bater na mesma tecla, preferi acreditar na força do gaúcho e na sua vocação pela agroindústria e agropecuária. Baseei-me em dois princípios. O primeiro é do meu sobrinho Gustavo Schifino (presidente da CDL de Porto Alegre) “A recuperação da confiança vem antes da recuperação da economia. Esse é o grande desafio do pais”. (ZH/ julho/ 2015) O segundo que norteou minha pesquisa foi uma frase que meu pai sempre dizia: Aliás, Nestor Freiberg, presidente da ASGAV, um dia desses, falou quase a mesma coisa “As pessoas param de comprar muitas coisas, mas não param de comer”.
Para começar, encontrei uma matéria do Correio do Povo Rural: Ensino valorizado no Campo. Cresce busca pela qualificação. E mais. Na contramão do êxodo rural, aumenta a cada ano o número de jovens que procuram escolas técnicas rurais no Rio Grande do Sul. Era tudo que eu queria que acontecesse. Que os filhos dos agricultores se qualifiquem e fiquem nas terras de seus pais, aptos a produzir com tecnologia moderna e tornar suas propriedades altamente produtivas. Tenho sobrinhos e parentes que, mesmo depois das Faculdades, voltaram para as terras de seus ascendentes, plantam arroz, criam gado e gerenciam muito bem suas propriedades. E eles estão muito certos. Procurei me informar sobre a diversificação das culturas: a fruticultura, a floricultura, a plantação de nogueiras, de oliveiras, o controle das pragas e das doenças, agora tudo mais controlado. Há avanços por todos os lados.
Encontrei no Informe Especial ZH, outra matéria que deve ser lida com muita atenção e respeito: Cooperativismo. Encontra-se em um suplemento de ZH de 04 de julho deste ano para celebrar o Dia Internacional do Cooperativismo.
Na década de sessenta, quando cursei o Magistério, nós, alunas, fizemos um trabalho de pesquisa sobre o Cooperativismo. Fiquei entusiasmada e convencida de que era uma boa opção para os agricultores e ficava sem compreender por que, tantas vezes, não davam certo. Então li, com muita atenção, e me atualizei sobre o assunto. O entrevistado foi o senhor Vergílio Frederico Perus, presidente do Sistema Ocergs, Sescoop/RS. Sei, agora, que o atual panorama do Cooperativismo é muito favorável, e o número de associados já chega a 2,6 milhões no Rio Grande do Sul. Cresce no campo e na cidade. Atua em setores em que eu não havia imaginado: habitação, saúde, alimentação, agroindústria e agropecuária. É responsável pelo maior número de empregos, ICMS e impostos produzidos no estado. “ Além disso, a ONU abraçou a causa e aumentou a consciência pública sobre os benefícios desse modelo de negócio mundo a fora”. (ZH/04/07/2015)
Eu me propus a encontrar nos jornais, notícias alentadoras, não pessimistas, nem trágicas. Há muitas mesmo que passam despercebidas pelos pessimistas, mas busquei destacar o que penso ser mais de acordo com o que o gaúcho, pela sua vocação de amor à terra e instinto lutador, pode fazer. Claro, não vai acabar com a crise (que é nacional) mas vai cooperar para um desenvolvimento sustentável e até equilíbrio e justiça social. Além disso, comprova as ideias sábias das pessoas que citei no início do meu texto.
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