Mafalda Orlandini
12/10/2015 | Entrevistada por Lauro Quadros
Hoje, enquanto lia o comentário de Moisés Mendes, relembrei um episódio que vivi em 1971, mais ou menos. Eu havia começado a trabalhar no Instituto Luterano Vera Cruz na rua Gabriel Obino. Lecionava para uma oitava série e ainda estava meio insegura porque era professora recém-admitida no estabelecimento e tudo era novo para mim. De repente, fui chamada, em plena aula, para falar com o diretor. Fiquei apreensiva. Assim, de repente, para interromper uma aula, devia ser algo muito importante.
No gabinete, fui logo informada da urgência do chamado. Rádio Gaúcha solicitava uma professora de Português para uma entrevista com Lauro Quadros na Rádio Gaúcha e eu fora a escolhida para representar a Escola. Tremi nas bases. Fui logo dizendo que eu não era a pessoa indicada, que não me achava em condições de representar a Escola. Disse-me o diretor que, naquele momento, eu era a única professora de Português na escola e ele assumira o compromisso de mandar uma. Não tive escapatória e, apavorada, fui conduzida ao local determinado.
Sentei-me em silêncio e fiquei à espera. Passavam mil ideias pela minha cabeça e eu temia que ele pudesse fazer perguntas que eu não soubesse responder, eu gaguejaria e iria passar o maior vexame. Enfim, chegou o momento. Ele se dirigiu para mim. Cumprimentou-me com elegância, apresentou aos ouvintes um rápido currículo da entrevistada, comentou a invasão das gírias na linguagem pelos jovens e começou a temível entrevista:
- Professora Mafalda, como a senhora avalia ou reage, quando encontra gírias nas redações dos seus alunos?
Lauro Quadros.
Eu não me lembro exatamente como e o que respondi. Era apenas o que ele queria perguntar, só isso e me agradeceu a participação no seu programa. Hoje, enquanto lia o texto de Moisés Mendes, revivi aquele momento de pânico em que fui entrevistada pelo famoso jornalista Lauro Quadros. No texto, Moisés Mendes descreve com exatidão a impressão que sempre guardei da famosa “entrevista relâmpago” que acrescentei honrosamente ao meu currículo: já fui entrevistada por Lauro Quadros e ninguém vai imaginar que foi apenas uma pergunta. Ele se comporta como um meteoro. Por isso, em homenagem a ele, meu comentário de hoje, plagiando seu estilo, é também bem rápido como ele gosta.
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