Mafalda Orlandini
22/08/2016 | Meu Amigo, o Computador
Na década de 90, ocorreu o “boom” do celular. Num piscar de olhos, todos aderiram ao seu uso. Era prático, fácil de adquirir, havia farta propaganda, e facilidades para sua aquisição. Até era chique ter um celular e as pessoas não queriam ficar para trás. Popularizou-se rapidamente. Muitos descobriram que a aquisição de um aparelho ajudava na comunicação com seus clientes. Daí, o motoboy, o que fazia carretos, a faxineira, a costureira, a cabeleireira, qualquer um que oferecia sua mercadoria ou serviço profissional caçava clientes pelo celular. Todos, inclusive eu, descobrimos como o celular é útil e não um luxo. Eu continuava com o meu (agora jurássico), até que meus filhos me deram um mais versátil, com mais recursos, um smartphone. Afinal, eu (mesmo idosa) passara no teste. Naquele tempo, ninguém imaginava que os mais velhos também seriam capazes de adotar novas tecnologias.
Meu smartphone atual.
Chegamos ao século XXI. Eu me aposentara como professora do Estado. Marcava almoços, jantares ou passeios com as ex-colegas e corrigia redações para o Universitário, portanto me sobrava tempo. Comecei a namorar um computador. Certo dia, telefonei para meu filho que tem uma empresa que necessita de vários computadores. Perguntei se ele não tinha um computador meio-antiguinho que iria aposentar. Questionou-me se era para jogar aqueles joguinhos de cartas. Disse que poderia até jogar, queria ter um e-mail para dar a minhas amigas que estranhavam que eu não o tivesse ainda. E mais, quero pesquisar, escrever textos, contatar com familiares e amigos. Ganhei meu primeiro computador.
Meu antigo computador era parecido com esse.
Em 2002, comecei a ter algumas dificuldades de locomoção que foram-se agravando com o passar dos anos. Até cheguei a passar um tempo em cadeira de rodas. Daí comecei a amar meu amigo computador. Ele me leva onde eu não poderei mais ir com as próprias pernas. Oferece-me a internet e o Google. Leva-me a andar pelo mundo. Eu sempre quis viajar, queria muito andar pela Europa, visitar a Itália e a Alemanha, países de onde vieram meus antepassados. Fui adiando por vários motivos e o tempo foi passando. Não só esses, mas outros lugares interessantes e pontos turísticos famosos. Agora consigo vencer uma das minhas maiores frustrações. Meu amigo me leva a todos.
E o Facebook me liga a muitas pessoas, conquista amigos e descobre descendentes da família Orlandini que eu nem sonhava onde andavam ou que haviam nascido nesses últimos anos. É isso que adoro no face: uma troca de ideias e de carinho entre pessoas que são ligadas por laços de parentesco, de amizade ou simpatia. Repudio quando é usado para discutir, ofender ou humilhar outros. Logo, meu amigo de todas horas só proporciona prazer compatível com o bom relacionamento social.
Meu “gabinete” de trabalho e diversão, com meu "amigo" computador.
Outra coisa que aprendi no computador e que me dá prazer é escrever meus textos, as crônicas que meu filho publica no seu site. Eu me ocupo prazerosamente, e posso escrever o que tenho vontade, não preciso pedir para alguém escutar aquilo que estou com vontade de dizer. É maravilhoso. Nunca vou ter problema de solidão, pois, meu amigo sempre está disponível a qualquer hora do dia ou da noite. O único problema é que o seu abraço é apenas virtual.
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