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Mafalda Orlandini
23/12/2013 | Natais na Fazenda
Estamos chegando ao Natal de 2013 e eu me emociono ao lembrar dos mais ou menos dez anos em que os passávamos na Granja do Beco do Cego, em Belém Novo. Naquele tempo, éramos uma família de vinte e duas pessoas e cada casal tinha seu espaço reservado numa das casas de lá. Papai mandara construir uma casa mais perto do rio e minha irmã morou por um tempo na antiga casa. Éramos, os avós, os quatro filhos que haviam casado e doze netos que enchiam a casa de alegria e de travessuras. Nunca pensamos em passar o Natal em outro local que não fosse lá, todos juntos.
Os preparativos começavam muito antes, pois meu pai fazia questão de fazer uma festa natalina para o pessoal que trabalhavam na granja. Autorizava a comprar presentes para todas as crianças de lá. Não sei mais quantas eram, mas eram muitas. Eu ia até a Rua Senhor dos Passos, nos atacados que havia lá e comprava bolas, bonecas, carrinhos, jogos, brinquedos variados de preço acessível para poder fazer a festa da gurizada. Inclusive, papai costumava mandar matar cordeiros ou ovelhas e doava porções generosas para o pessoal ter sua ceia enriquecida. Na véspera de Natal, havia uma festa ao ar livre e outra depois só para a família dentro de casa. Não me lembro se fazíamos uma árvore de Natal na rua, entretanto havia uma lindíssima na sala principal e sei que o Papai Noel distribuía os presentes para a criançada ansiosa na frente da casa, debaixo de uma figueira centenária.
A nossa festa particular era mais tarde e seguida da ceia sempre farta e variada, uma vez que minha mãe era excelente cozinheira e coordenava tudo para sair perfeito. O Loureço sempre era escolhido para bancar o Papai Noel. Fazíamos mistério, se ele não aparecia para também ganhar presente. Um dia, quando terminou a encenação em que o Papai Noel repreendeu muito os travessos, falou muito zangado, o Oscar disse para os primos: “Como o tio Lourenço estava brabo hoje!”. Todos estavam eufóricos, festejando os presentes e não se deram conta de que o velhinho não era bem um velhinho.
A festa continuava no dia seguinte com o famoso churrasco de cordeiro mamão que o Benito fazia. Então já havia mais convidados, outros parentes e a comemoração ia até o fim da tarde, sempre regada a chope e a guaraná. Era verão e os dias quentes e ensolarados. Muitas vezes, completávamos a festa natalina com um banho no rio Guaíba. Às vezes, as mulheres e as crianças ficávamos lá para terminar a semana e os homens iam para os compromissos de trabalho na cidade.
Os filhos e os netos formaram suas próprias famílias. Os muitos casamentos acrescentaram outros sobrenomes à família Orlandini; há Schifino, Keller, Pereira, Sussella, Álvares, Mattos, Vitelo, Endler, Floriani, Moraes e alguns que agora não me ocorrem. A última vez que toda a família se reuniu foi na festa dos oitenta anos do vovô Guido. Também era o aniversário de casamento dele e do Benito. O meu terceiro neto, o Fernando, estava fazendo cinco anos naquela ocasião. E já tinha muitos primos para brincar. Isso foi em1989. A família Orlandini cresceu e espalhou-se pelo mundo. Hoje há descendentes morando, estudando ou trabalhando em várias partes do Brasil e do mundo até na Arábia Saudita. Seria impossível reuni-los numa festa natalina.
A ala masculina da família em 1989 nos 80 anos do vô Guido.
A família cantando parabéns pelos 80 anos do vô Guido e aniversário de casamento do Benito e Giselda.
Aqui o vô Guido cercado pela ala feminina da família.
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