Mafalda Orlandini


05/11/2018 | E os netos foram chegando.

Com meus últimos textos, procurei dar uma ideia a meus filhos e sobrinhos de como era a ala nobre do casarão. Vou agora povoá-lo de risos. Desde 1939, quando chegou o caçulinha, Lourenço, o casal José Guido e Alzira não teve mais filhos. Também já tinham quatro: eu, com quase dez anos, o Benito, com oito e a Leda, com quatro. O Lourenço veio ocupar um trono que estava há algum tempo vago. Foi recebido com muita alegria e amor pelos irmãos que ficaram responsáveis por ajudar a cuidar dele. Aliás, era hábito, naquela época, os irmãos mais velhos assumirem esse compromisso e nós o fazíamos com muito amor e orgulho porque ele era um bebê muito lindo e querido que encantava a todos.

Afinal, só em 1953, veio ao mundo o primeiro neto, primeiro filho e sobrinho da família; o José Oscar. Foi recebido com muita alegria por ser um herdeiro natural de um trono que estava à espera dele. Foi mimado, amado e meio tirano de uma corte que há anos não tinha experiência com crianças. Todos faziam a vontade dele. O tempo passou tão rápido que, quando percebemos, estávamos festejando o seu primeiro aniversário.


Eu e meu marido Ney, em foto no primeiro aniversário do Oscar.

Ele não teve babá porque eu não tinha nenhum compromisso de dona de casa (havia três domésticas que cuidavam disso) e não se justificava que eu não cuidasse do próprio filho. Tanto se acostumou a minha presença que, quando fui a uma excursão com os alunos do Ney, do Curso Técnico em Contabilidade do Colégio Rosário, ele deu problemas. Foram vinte dias que ele dormiu mal, chorava muito e não queria comer. Por isso, quando cheguei de viagem, minha mãe mandou acordá-lo para me ver. Trouxe para ele um coelho verde de feltro ao qual ele se abraçou dizendo: -Mãe, eu pensei que tu não ias mais voltar. Durante muitos anos, ele dormiu abraçado ao Kiki.

Sem dúvidas, o Oscar reinou absoluto naquela família. Os anos foram passando e meus irmãos casando. Aconteceu que, em 57, 58 e 59, choveram quatro bebês na família Orlandini: três meninas e um menino. O menino foi o meu José Ricardo e minha irmã teve a Liane um mês antes. Eu estava de viagem pronta para São Paulo. Deve ser por certo nervosismo que eu tinha pouco leite. É dessa ocasião um fato que serve de brincadeira entre Ricardo e Liane até hoje. Minha irmã, com fartura de leite, ofereceu-se para dividir o leite de Liane com o Ricardo. Eles têm um mês de diferença e ela o acusa de “ladrão do meu leite”. Em seguida parti para São Paulo com meus filhos.



As meninas que nasceram nessa época e ficaram curtindo o palacete até a sua venda.
Na primeira foto a Alzira, na segunda foto a Liane.

Em resumo; Eis o que meus filhos viveram no casarão: Ricardo só esteve de passagem por 45 dias e mamou na tia Leda. O Ocar viveu a mordomia de cinco anos bem vividos. Só falta contar um “acidente” que o Oscar diz lembrar-se vagamente. Ele tinha um protótipo de jipe do Exército, brinquedo de fabricação Rossi. Certo dia, enquanto estávamos terminando de almoçar, ele foi andar com o carrinho no nível mais alto do jardim. Como não havia grade de proteção, despencou de, mais ou menos, um metro de altura. O jipe caiu em cima dele e ele perdeu os sentidos. Foi um auê, um corre-corre. Ficamos apavorados. Acho que foi o pai dele que o pegou nos braços e correu para um hospital que havia em frente onde hoje é uma galeria. Foi apenas um susto com a preciosidade da família


Foto do Oscar no jipe que logo foi desterrado para o Haras

Eu saí de lá com minha família em junho de 1958. Quando voltamos a Porto Alegre dois anos depois, o casarão só fazia parte da história. Fora demolido. Enfim, foi uma época muito feliz de nossas vidas. Foram muitos eventos, muitas transformações comuns às famílias, mas deixam saudades e um gosto de quero mais. Acabou-se o que era doce.


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