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Mafalda Orlandini
26/03/2018 | Nasceu o Felipe
Nas últimas semanas, tem-me faltado vontade e inspiração para escrever diante do caos que o Brasil e o mundo apresentam. Quando penso que já vi todas as maldades e que a corrupção está sendo derrotada, surge alguma coisa inimaginável que um ser humano possa ser capaz de fazer. Mas não quero falar disso. Me dá uma tristeza, um desconforto.
Por outro lado, há gente boa, honesta, lutando, agindo, querendo que o amor, a paz e a igualdade reinem neste planeta. Creio que meus amigos e minha família façam parte dessa ala dos que vivem à “moda antiga”. A propósito. no dia 5 de março, chegou nesse mundão de Deus meu terceiro bisneto, o Felipe. É pensando no que esperam as crianças que estão nascendo hoje que analiso a atual estrutura da minha família e como ela conseguiu sobreviver nessa crise global, nesse mundo enlouquecido.
Posso festejar que o Felipe é um bebê de muita sorte. Nasceu no Hospital Moinhos de Vento, um dos melhores que mantém uma das melhores maternidades do Brasil. O pai, as avós e o avô puderam acompanhar de perto os procedimentos e os irmãos puderam aguardar no local a chegada do maninho. O Felipe gozou de um pré-natal muito especial e foi amado desde o momento em que recebeu o nome na barriga da mãe. Já não era mais um bebê anônimo. O parto foi um momento emocionante, inesquecível, vivenciado pelos familiares.
Estou fazendo esses comentários por dois motivos. O primeiro é para comparar o nascimento de Felipe com os milhões de bebês que nascem pelo Brasil e pelo mundo na pobreza absoluta como qualquer bichinho que só têm a mãe para pari-lo sem qualquer mão para o amparar. Qualquer hospital seria um luxo. Esse abandono, infelizmente, não tem fim.
O segundo motivo é lançar um olhar em como minha família sobreviveu nesses sessenta e cinco anos desde o nascimento do meu primeiro filho. Eles nasceram (1953 e 1958) nesse mesmo hospital que o Felipe com os recursos daquele tempo que também eram de primeira linha. Melhor dizendo, meu filho Ricardo, agora como avô, acompanhou o nascimento do neto onde ele próprio nasceu há cinquenta e nove anos. Foi muito emocionante.
Para mim, é muito gratificante ver como minha família permanece muito semelhante àquele tempo: com o mesmo status, unida e amorosa. Todos festejaram e acompanharam a espera do novo membro da família. Não moramos mais juntos, nem próximos, cada um em sua casa. Tenho netos na Polônia, mas conversamos com eles quase diariamente. A família tem outra estrutura mais moderna, novos membros que se agregaram pelos casamentos. Entre acertos, desacertos, alegrias e contratempos, a minha família conservou-se, aceitando os muitos avanços da modernidade. Adaptou-se.
Deixando de lado aqueles que nos envergonham, olhemos para os brasileiros que, a duras penas, conseguem manter suas famílias afastadas dos corruptos, traficantes, assassinos, enfim, toda a bandidagem. Esperemos que eles continuem sendo a maioria e os governantes se acordem. Já não tenho muito tempo para esperar que os nascituros “invisíveis” sejam lembrados como brasileiros. Somente dando-lhes proteção, saúde e educação, teremos brasileiros sadios e bem-educados. Parece que não sabem, mas essa é a fórmula bem simples para erradicarmos a pobreza e as diferenças sociais. Sou otimista e espero que, em um dado momento, surjam homens de fibra que tornem o que parece utopia uma linda realidade; uma família bem estruturada e feliz.
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