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Mafalda Orlandini
30/07/2018 | Meus Amigos Cronistas II
Luís Fernando Veríssimo faz parte de minhas leituras e divertimentos desde sempre. Ele, que nasceu em Porto Alegre, não necessita de apresentações. Quem não conhece o filho de nosso brilhante e querido Erico Veríssimo? Escritor humorista, cartunista, tradutor, roteirista de TV e teatro é um dos mais versáteis autores de nosso país. Também músico apaixonado pelo Jazz desde o tempo em que estudou e morou nos Estados Unidos. Sou leitora e fã incondicional de sua farta obra desde “Comédias da Vida Privada”, "O Analista e Bagé”. “Ed Mort”, “A Velhinha de Taubaté” que são as que me ocorrem no momento. Sempre me diverti muito, quando seus personagens criaram vida na TV,
Agora, que é assíduo de ZH, estou conhecendo-o como pessoa comum, na realidade de sua vida cotidiana e atual. Demonstra saudades dos momentos em que conviveu com intelectuais em Paris na época da Ditadura. Não usa sua veia humorística, fala sério, e deixa fluir sua admiração pelos companheiros e amizades de então. Em outras ocasiões, faz sátiras divertidas de nossos políticos e expõe nossos dramas sociais, financeiros e de planos de saúde. Brinca com nossas próprias desgraças e com seu relacionamento familiar e revela os micos que sua esposa passa junto com ele devido a sua “patetice”. Diverte-nos com as tiradas de uma neta. Enfim, ele é sensacional, é gente. Eu adoro meu amigo platônico Luis Fernando.
Luís Fernando Veríssimo
Já um cronista que descobri faz pouco é Fabrício Carpinejar. Era, para mim um ilustre desconhecido, quando começou a escrever em DONNA. Até seu nome me pareceu estranho. Só começou a significar algo inteligente e carinhoso ao verificar que era a homenagem a seus pais, a junção dos sobrenomes: Carlos Nejar e Maria Carpi. Das primeiras que li, não achei nada que me encantasse, mas não deixei de ler, porque eu sou viciada em ler todas as crônicas de DONNA.
Surgiu na imprensa uma polêmica em torno de umas palestras de Carpinejar, uma crítica ao valor que lhe estavam pagando só por que era um famoso. Como o assunto era relacionado a escolas, acompanhei o desenrolar e o desfecho. Ele próprio suspendeu as palestras até que o assunto fosse esclarecido. Não era uma palestra, mas muitas. O assunto era de muito valor e muito importante para adolescentes: como superar certas dificuldades que eles enfrentam em uma época tão difícil, inclusive “bullying” e a tão comentada “baleia azul”. Agora sim, o que ele conta não perco mais. Consegue fazer lindas crônicas sobre o amor, a dor de qualquer tipo, o erro de contar segredos e lá vai, qualquer assunto se transforma em verdadeiros poemas muito sensíveis. Sei da diferença da sua vida de solteiro com a de hoje (“Lavo Roupa todo Dia, que Agonia”), seus almoços com a mãe que faz questão de ela mesmo fazê-los. Eu também programo almoços com meus dois muito amados filhos. Infelizmente, não os faço, posso apenas orientar a cozinheira.
Fabrício Carpinejar
Pensei que já conhecesse o suficiente para considerá-lo bem conhecido e amigo e poder prestar-lhe uma homenagem. Ledo engano. Como tenho o hábito de consultar as biografias, quando escrevo sobre famosos, consultar datas e nomes certos de obras, fui à consulta. Bastou ler a que estava em destaque para cair de joelhos: ”É A COISA MAIS INSPIRADORA QUE VOCÊ VAI LER HOJE”. Toda minha vida de quase noventa anos, que eu pensei que daria uma boa história dramática, é um grão de areia diante da grandeza das lutas e das superações desse homem admirável.
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