Mafalda Orlandini
09/09/2013 | Laços de Amor
Não poderíamos deixar passar em brancas nuvens a estada da Ana Virgínia em Porto alegre. Ela veio participar da festa dos noventa anos da tia Núncia, irmã mais velha de sua falecida mãe. Kathia, minha nora, convidou os parentes que desejavam matar a saudades de Ana Virgínia. E dia 30, lá estávamos, as duas bisas, minha irmã e eu, às 21 horas, na casa do meu filho Oscar para participar de um jantar. Éramos, ao todo, onze descendentes diretos do casal José Guido e Alzira. Estavam lá também outras pessoas agregadas à família por casamentos.
Foto das duas bisas, as pessoas mais velhas da família.
Abraços e mais abraços. Beijos e, principalmente, a pergunta: Há quantos anos não nos vemos? O papo começou animado, a rolar solto e eu só ouvindo Oscar, Liane, Ana e Ricardo recordavam o tempo em que passaram juntos na granja, nos finais de semana. Eles e os outros primos adoravam brincar de teatro, na verdade, faziam um show porque cada um fazia um número. Montavam um palco e colocavam cadeiras para nós, o público obrigatório. A Liane era a cantora, fazia questão de cantar “La Bamba”, “ Banho de Lua”, sucessos da época. Cada um tinha o seu repertório artístico. Cantavam, dançavam, faziam palhaçadas.
Nós tínhamos casa no Imbé e o Lourenço, uma vez, trouxe o pároco da igreja de lá, para conhecer a Fazenda (As crianças preferiam chamar assim o Haras). Ficaram na paróquia de lá, durante muitos anos, dois irmãos gêmeos e nós fizemos amizade com eles. Um deles também quis fazer um número. Nunca vou- me esquecer. Pediu uma cadeira e ficou de pé ao lado. Começou a contar: 1,..2,... 3,...10,...20,...30,...40,...(ninguém entendia.). Quando chegou aos “se senta”, sentou-se e disse cansei. Pediu palmas porque tinha terminado seu número. Risada geral.
Foto da ala feminina.
O Oscar gostava de dar aulas de inglês e havia alunos atentos, compenetrados. Era orgulhoso disso, e muito exigente na pronúncia, e fazia repetir até pronunciarem corretamente. Rara era a vez em que tínhamos que interferir, mas um dia brigaram. As meninas queriam brincar de casinha na cabana na beira da praia e o Ricardo e o Carlo queriam algo que elas não queriam. Vieram chorando me pedir socorro, porque o Ricardo estava desmanchando a caprichada casinha delas.
Foto da ala masculina.
Hoje as nossas crianças são homens e mulheres beirando aos cinquenta anos. Não fazem mais shows de mentirinha, não dão aula de inglês, nem brincam de casinha. Levam a vida a serio. São profissionais e empresários responsáveis, de sucesso. Cada um construiu sua família. Têm seus filhos e até netos. Todos eles, criados com bons princípios, vão levar pela vida afora o respeito à estrutura familiar, à ligação com a família, aos verdadeiros laços de amor que nunca esmorecem.
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