Carlos Mello
22/02/2011 | A DEMOCRACIA CULTURAL.
Existe um tema que foi anátema e, por mais de dois mil anos, sistematicamente perseguido, seus seguidores assassinados e, ainda atualmente, em muitas partes do mundo a sua menção e discussão é tabu. Era um conflito letal e desigual travado entre uns poucos homens e mulheres de idéias de um lado, e a grande massa popular dirigida por religiosos ignorantes no outro. Era a guerra entre a ciência e a fé. Os poucos apelavam para a razão, a liberdade, o conhecimento e, principalmente, a felicidade aqui neste nosso mundo. Do outro lado, estava a maioria, que apelava para os preconceitos, as ameaças, os milagres e para a felicidade em um outro mundo. O lado dos poucos dizia: “Pensem, Questionem!” A maioria gritava: “Acreditem ou Morram”
Esta época passou e o tema é o ateísmo, que é um grupo de poucos que não acreditam na existência de qualquer tipo de espíritos ou divindades, milagres ou qualquer de suas influencias na humanidade.
Cabe elucidar que ser ateu, não tem nenhuma relação com ser esquerdista, vegetariano, homossexual, inteligente, bom, mau ou qualquer outro adjetivo. Hitler, que era católico ou Stalin que era ateu, não proporcionaram o massacre de milhões de pessoas para impor o ateísmo na Rússia ou o catolicismo na Europa, e sim para impor o comunismo e o nazismo. Provavelmente os comunistas mataram muitos ateus russos assim como os nazistas assassinaram muitos católicos alemães. Ou seja: Ateísmo não tem qualquer relação com caráter, e sim com o não professar de qualquer crença mística.
O objetivo de apresentar o ponto de vista de um ângulo diferente do imposto de modo monopolista há séculos pelas religiões é mostrar que nem tudo que nos foi ensinado é verdade absoluta, como os dogmas religiosos, que foram aceitos de forma incondicional por bilhões de humanos, espertamente incutidos nas mentes sempre na mais tenra idade.
Atualmente os filhos têm um alcance às informações, infinitamente maior do que seus pais tiveram, isto faz com que, quando crescerem e tiverem mais discernimento, fatalmente questionarão o que lhes foi ensinado, incluindo os rígidos preceitos religiosos, até agora desesperadamente mantidos de forma hermética, mas que não sobreviverão às análises curiosas de gerações mais cultas e cada vez mais inteligentes. Essas gerações contarão com a vantagem, cada vez maior, da pluralidade de pensamento, que se propaga nas camadas mais cultas das populações, automaticamente afastando-se cada vez mais das épocas de obscurantismo medieval que singraram absolutos sob a batuta das ameaças do castigo eterno, hoje felizmente completamente desacreditado.
Não custa lembrar que o aumento do número de ateus e agnósticos, não é por advirem de famílias de pais ateus, mas resultado da educação. Hoje, muitos filhos de religiosos, ao crescerem, passam a não verem motivos para continuar acreditando naquilo que aprenderam de seus pais.
O tema religião é sempre polêmico porque geralmente é apresentado por quem quer fazer proselitismo e acaba usando o expediente de desmoralizar as outras religiões. Não custa lembrar que o sonho de qualquer religião é acabar com todas as outras e impor o seu Deus, que naturalmente sempre é o único e verdadeiro, considerando os deuses e dogmas das outras como coisas fantasiosas.
O engraçado nestas discussões, quando os envolvidos são de seitas diferentes, fatalmente vira polemica, porque não se dão conta que acender uma vela na igreja, rezar numa capela, chorar numa procissão ou colocar uma galinha morta com pipocas numa esquina, são exatamente a mesma coisa e com o mesmo objetivo: Manifestações de Fé para alcançar alguma graça.
Nesta democracia cultural, onde o espaço deste site se inclui, será abordado as características das mais importantes religiões do mundo, que são cinco ou seis entre as centenas ainda existentes; Quais são seus deuses; No que acreditam; Seus dogmas; Sua posição ou importância atualmente. Além de outros temas e experiências como viagens, voo livre e motociclismo.
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