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Carlos Mello

Questionar é aprender, é dar a oportunidade de quem nos apresenta um fato poder mostrar que domina o assunto. Nunca devemos aceitar explicações como verdades absolutas, se assim o fizermos estaremos perdendo uma oportunidade de aprender mais.

Quando eu era guri, tinha 14 anos, estudava num internato de padres salesianos em Taquari/RS, assisti um professor de religião, depois de ficar irritado as dúvidas sobre o que ensinava, dar uma resposta quando um colega aluno perguntou se questionar era pecado.

Resposta: “Sim é pecado, porque se tu questionas é porque duvidas. Deus não é homem para errar nem homem para ser questionado, tudo que ele faz é perfeito e para o bem de todos”.

Eu nunca consegui esquecer a estúpida resposta.

Levei anos para entender que a verdade era que aquele “professor” não sabia responder, simplesmente porque não existiam respostas. Então usou a estratégia de proibir perguntas sob ameaça de que questionar a fé era blasfêmia.

Um bom professor, como é todo o conceito da ciência, nunca se importa que alguém mostre um erro, e, quando acontece, aceita e corrige.

Ao contrario disto, nenhum líder religioso aceita de bom grado quando é contestado, porque invariavelmente as perguntas sempre o fazem cair em descrédito.

Atualmente com a ampliação e democratização dos meios de comunicação, os evangelizadores estão cada vez com mais dificuldade de apresentar seus dogmas.

Não é fácil, sem a saudosa filosofia do “aceite com fé e cale a boca”, convencer que existe um homem invisível, que mora no céu observando e controlando tudo, que possui uma listinha de com dez leis a serem seguidas, que ele ama as pessoas, que é só bondade e exige ser adorado. MAS se não seguir suas determinações ele colocará, por TODA A ETERNIDADE, num lugar sendo queimado.

Ainda assim, inacreditavelmente, em pleno século 21, esta ainda é uma mercadoria das mais vendidas e a cada dia aparecem mais padres, bispos, pastores, etc, buscando e conseguindo arrancar fortunas de crentes com a promessa de recompensa depois da morte, num outro mundo.

É humilhante para a raça humana, em plena época de predomínio da ciência, existir quem escolha o sobrenatural em detrimento das explicações científicas e perdem uma parte da vida, que é efêmera, acreditando em deuses, mitos, poderes psíquicos e pseudociências.

Portanto, quando lhe apresentarem um dogma, QUESTIONE. Depois pense se a explicação é razoável!