Carlos Mello
01/09/2016 | Judas foi mesmo um traidor?
As historietas da bíblia são mal feitas, repletas de contradições e sem um mínimo de lógica.
Os Deuses cristãos, Pai, Filho e Espírito Santo, que são três deuses num só inexplicável Tri-Deus, é Super em tudo, Bondoso, Onipresente, Onipotente e principalmente Onisciente. O superpoder da onisciência significa que tudo já está definido por um ditame celestial, e saber o que vai acontecer antes, durante e depois, descarta completamente a ideia de qualquer livre arbítrio. Assim que TUDO faz parte do plano de Deus, nada existe ou acontece sem que ele saiba e queira, inexistindo qualquer imprevisibilidade.
Pelos relatos bíblicos, o pecado cometido por Eva, que caiu na armadilha feita pelo seu criador através de uma cobra falante quando estava no paraíso, contaminou toda a humanidade condenando-a ao inferno, então Deus num estranho ato de demonstração de amor, enviou seu filho (que era ele mesmo) para ser crucificado. Explicando melhor: Pelos relatos bíblicos, Jesus veio ao mundo para ser crucificado devido à necessidade de “salvar” a humanidade de um pecado que ele mesmo criou.
Então Judas não poderia ter outro destino senão o trabalho, na verdade puro teatro porque já estava definido o que iria acontecer, de ser o personagem da programada traição de Jesus. Ele deveria ser recompensado pelo seu bom desempenho nesse papel. Se existisse o livre arbítrio e Judas tivesse recusado este trabalho, Jesus poderia não ter tido êxito como o mártir salvador da humanidade. Ele não ser elogiado é falta de gratidão dos cristãos, pois sem ele não teria havido a crucificação e a humanidade inteira iria para o inferno. Na realidade Judas prestou um serviço de utilidade pública e os crentes lhe imputarem, imerecidamente, a pecha de traidor.
Os apóstolos, como em todas as estórias da bíblia, são contraditórios sobre o motivo que levou Judas a dar o beijo da traição em Jesus.
Segundo Marcos e Mateus o motivo teria sido a cobiça.
Já Lucas afirma que Judas foi influenciado por Satanás.
Para João, a causa da traição foi a propensão de Judas para o roubo.
Interessante é que Paulo escreveu que Jesus apareceu para os 12 depois de sua ressurreição. Ora, se apareceu para os DOZE apóstolos, então Judas estava junto, ou seja: Judas continuava na turma sem ter tido alguma punição divina.
Em Mateus 19:28, Jesus afirma que “todos os 12 discípulos se sentariam em tronos para julgar as 12 tribos de Israel”. Outra vez demonstrando que, obviamente, Judas estaria junto sem qualquer admoestação por parte do grupo ou de algum dos três deuses. Este mesmo Mateus, em 27:5, afirma que Judas jogou fora as “moedas de prata” e se afastou dos sacerdotes para se enforcar. Mas em Atos 1:18 informa que ele comprou “um campo” e virou fazendeiro e nesta fazenda “caiu de cabeça, seu corpo partiu-se ao meio, e as suas vísceras todas se derramaram”.
Também estranhamente, em Marcos, Lucas e João não há menção das 30 moedas recebidas como pagamento, o que seria um detalhe muito importante para não ser lembrado.
Em Mateus 27:5, Judas se enforca. Assim relatando uma diferente da contada em Atos 1.18
Em Marcos, Lucas e João não há menção ao suicídio de Judas, que deveria ter algum comentário devido a importância desse evento.
A história de Judas, como todos os contos bíblicos, não faz qualquer sentido, é um conto muito mal feito.
Se esse livro foi inspirado em algum Deus, ele foi muito incompetente em não conseguir fazer seus seguidores criarem algo com o mínimo de coerência, mais uma vez provando que estas superstições religiosas são culturas nefastas e bizarras advindas de tribos de nômades ignorantes do deserto e incrivelmente ainda possuem seguidores em pleno século 21, principalmente nas camadas menos cultas das sociedades.
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