Carlos Mello
17/09/2014 | Brasil – Eleições 2014 - Não há nada tão ruim que não possa ser piorado.
Os governos do Brasil nos primeiros anos de República foram simples administrativos, sem grandes pretensões, com poucos investimentos e também raros projetos. Mas fomos atropelados pelo aumento populacional e consequente formação de grandes aglomerações urbanas. Começaram a aparecer avanços tecnológicos em todas as áreas e, não ficamos atrás, deixamos de ser uma nação eminentemente agrária para sermos País industrializado.
Estávamos no caminho natural do progresso mundial e aparentemente nossos governos estavam acompanhando esta evolução.
Mas veio a guerra fria e houve uma polaridade no mundo e nós fomos inseridos à força nesta realidade. Nos últimos 50 anos, mais precisamente a partir de 1960, tivemos a singularidade de sempre conseguirmos piorar o que era ruim.
Não é coisa genuinamente nacional, mas ficamos especialistas nisso.
Depois dos governos Getúlio Vargas, Juscelino, que foram governos que, a seu modo, trouxeram novidades e alguma melhoria, iniciamos uma corrida ladeira abaixo sem vislumbrar sequer uma desacelerada neste processo.
Depois de Juscelino veio governo Jânio Quadros que fez nada além de uma fracassada tentativa de golpe. Ou seja conseguiu piorar mais um pouco
Mas dava para piorar mais um pouco.
Devido a essa burrice de Jânio assumiu João Goulart(Jango), que iniciou de maneira tradicional. Mas era época de guerra fria e nações com democracias frágeis, como a nossa, não tinham como resistir às investidas feitas pelos dois blocos dominantes, que eram a URSS e os USA. Os esquerdistas, patrocinadas pela URSS e Cuba, se aproveitaram do vacilo de Jango, que posando de populista, acabou perdendo o controle governamental ao abrir as portas para a entrada de uma ditadura de esquerda, que era “moda” na América Latina.
Com isto os militares, aplaudidos pela direita conservadora, tomaram o poder.
Cabe esclarecer que a direita aplaudiu mas não levou, os militares foram intervencionistas, centralizadores, criaram e aumentaram o número de empresas estatais, incharam o Estado, controlavam os índices econômicos e até os preços eram feitos sob controle estatal.
Só as cartilhas esquerdistas afirmam que os militares foram de direita. Na realidade fizeram nada da filosofia liberal, que é característica da direita. O Brasil tinha um planejamento central igual ao dos países comunistas e socialistas.
Mas em resumo, mesmo com vários avanços na área econômica e de estrutura, ficamos 21 anos sob uma ditadura.
Ainda dava para piorar? Claro que dava!
Terminada a ditadura veio o governo Sarney, um tradicional representante do coronelismo nordestino, que foi o legítimo governo de transição, pressionado por uma inflação altíssima e total descontrole da economia veio a primeira eleição de verdade depois de 30 anos.
Já estávamos em 1990 e foi eleito Color de Mello, mas bateu de frente com os interesses da classe política e foi crucificado pelo impeachment. Ele teve alguns problemas de corrupção, que comparado aos atuais seriam microproblemas. A realidade é que ele foi retirado pelas coisas que acertou e não pelos seus erros, pois tinha a pretensão de retirar privilégios dos políticos e marajás.
Até aqui nada de bom, mas ainda dava para piorar, então vejamos:
Após a era Collor veio o governo Itamar Franco, que era vice de Collor. Um político sem qualquer proposta e completamente desconectado com o seu tempo, tanto que chegou até a ter a brilhante ideia de ressuscitar o fusca. Mas teve o grande mérito de aceitar o Plano Real, proposto pelo seu Ministro da fazenda FHC, que poderia dar esperanças de o Brasil finalmente entrar nos eixos.
Então no final do governo Itamar parecia que tudo melhoraria. Mas não souberam aproveitar, vejamos por que.
Em 1995 assumiu o FHC, que tinha tudo para nos conduzir a um lugar no segundo mundo, ou até primeiro, mas não conseguiu diminuir o tamanho do Estado e para dar governabilidade a esta inchada máquina fez o que a filosofia esquerdista mais gosta: Aumentou os impostos.
Foi responsável pelo maior aumento de impostos da historia brasileira, inventou novos como a CPMF e até a criação da Indústria das Multas foi obra deste governo, tudo devido a fúria de arrecadar mais. Iniciou com uma carga tributária de 29,46% do PIB, passando a 35,53% em oito anos, um aumento de mais de 20% do PIB. Foi o maior aumento de carga tributária do mundo na mesma época. Como isto afeta diretamente a economia do País, voltamos atrás em nossa sonhada caminhada a uma outra dimensão econômica.
Este governo fez reformas tipo “faz de conta” ao “privatizar” algumas estatais, mas entregou para grupos de pensões sindicais, isto é considerado privatização só no Brasil. Não tocaram nos maiores elefantes brancos como Bancos Estatais, Petrobras, Correios, etc.
Outra característica desta administração foi abrir o mercado para telefonia, mas aqui também manteve um Oligopólio, que é só um pouco melhor que Monopólio.
Assim, via um aumento de carga tributária, perdemos nossa chance de melhorar bastante, mas pelo menos ficamos com uma moeda estável, o que propiciaria algum desenvolvimento e realização de investimentos em infraestrutura.
E então poderíamos melhorar a partir daqui, mesmo com esta pesada carga tributaria?
Claro que sim. Mas somos brasileiros ...
Em 2003 o povo inculto, cativado pelo canto da sereia, elegeu um esperto sindicalista que glamorizava a ignorância.
Como todo populista, aproveitou a onda de estabilidade da moeda, e invés de investir em infraestrutura, que é o que realmente melhora economicamente uma nação, preferiu investir em programas sociais, isto porque rendem mais votos.
Fez um governo baseado em falácias e aumentando exatamente o que criticava do governo anterior, como as bolsas famílias que ele mesmo chamava de bolsa caça votos.
Se o governo FHC ficou caracterizado pelo Plano de estabilização da moeda e, para os mais informados, também pelo aumento da carga tributária, o Governo Lula foi pelas falácias dirigidas à maioria desavisada da população e principalmente pela enorme corrupção, a maior da história republicana brasileira.
Depois dessa parecia que nada poderia piorar. Só parecia.
Após, pelo mesmo partido populista, foi eleita uma senhora, cujo nome não pode ser citado devido a lei da mordaça, que a única vez que trabalhou de verdade foi para quebrar, em pouco mais de um ano, uma loja de R$ 1,99. Depois por onde passou administrou com a mesma desenvoltura que enterrou a lojinha, e o resultado é conhecido de todos, a Petrobrás é só uma amostra.
Foi muito criativa em falácias e maquinações contábeis para inventar resultados econômicos inexistentes e devido a sua limitada inteligência e completa incapacidade de administrar, a corrupção foi elevada níveis estratosféricos.
Não nos esqueçamos de que somos brasileiros e não desistimos nunca. (de piorar)
Atualmente estamos com péssimos candidatos para presidente, como se a esquerda tivesse sequestrado as eleições sem dar chance para outras tendências.
Não seria uma novidade se o próximo passo for mudar a forma de governo para monarquia e coroarem um Tiririca como rei.
Compartilhe
- Dia de Santa Adelaide
- Dia de São José Moscati
- Dia do Butantã
- Dia do Reservista
- Dia do Síndico - Porto Alegre
- Dia do Teatro Amador