Carlos Mello
06/04/2011 | Pergunte antes a um cético.
Provavelmente todos já vislumbraram imagens conhecidas, de animais ou faces, nas nuvens, fumaças, morros e outras paisagens, ou escutaram o que parecia ser vozes familiares em sons estranhos. Isto é normal, é um fenômeno natural de nosso cérebro chamado PAREIDOLIA, é uma fonte inesgotável de inspiração para os artistas.
Nestas imagens exemplares estão um pedaço de zíper, uma fogueira, uma luminária, o solo de marte, uma árvore e uma torneira velha, mas podemos enxergar outras coisas, de acordo com nossa vontade de ver.
O nosso cérebro passa a vida toda armazenando informações e com isto determina padrões para as imagens conhecidas. Então quando olhamos alguma coisa, ele automaticamente busca na nossa memória a imagem relacionada com o que nossos olhos estão enxergando, é um mecanismo de sobrevivência dos seres vivos, pois é como lidamos com coisas que nos ajudam ou prejudicam, temos que reconhecer rapidamente o que nos cerca. Mas com isto a nossa mente cria um bug, pois ela não se programa para algo que não está na nossa memória, isto porque os seres vivos se sentem desconfortáveis perante algo estranho, por isto, quando a imagem não é reconhecida automaticamente, ele associa com alguma das armazenadas. É um tipo de efeito colateral.
A pareidolia explica as visões de discos voadores, Pé Grande, Monstro do Lago Ness, São Jorge na lua ou um rosto no solo marciano. São ilusões devido a esta nossa percepção sensorial. Os animais igualmente, a isca artificial é um bom exemplo.
Nada que não seja natural, a não ser quando pessoas insistem em acreditar no que não existe, tem necessidade de acreditar, misturando desejos e interesses em obsessões, criando ilusão em uma falsa realidade e, como sempre, sem qualquer pensamento crítico.
A mais antiga dessas ilusões em fotografia, foi esta no início do século XX. Conforme o gosto, pode-se ver a figura de Jesus ou de uma criança sentada no colo (seu chapéu branco cobrindo quase toda sua cabeça é a testa de Jesus. A manga de sua roupa é o nariz).
O grupo mais visionário e crédulo destas ilusões de pareidolia são os religiosos. Pois insistem em coisas sem nenhum significado porque são movidos pelo desejo de acreditar, isto ainda é aliado ao seu gosto por coisas com significados misteriosos. Se pensassem, iriam concluir que não tem nenhum sentido um Deus que morreu há 2.000 anos, se manifeste de forma tão inútil como uma mancha numa banana, numa nuvem ou na parte menos nobre da traseira de um cachorro, por exemplo.
Este grupo é mais atingido porque existe a necessidade de demonstrarem que deuses, santos e espíritos estão entre nós, usam como um reforço de sua fé para não ficarem dependentes apenas de suas imagens, estórias absurdas e livros sagrados.
É comum entre os católicos enxergarem a imagem da Virgem deles em toda parte, mas os protestantes nunca vêem a eterna Virgem, isto porque não a aceitam como santa. Já quanto a Jesus tanto católicos e protestantes enxergam em tudo que é mancha, reflexos, espelhos, alimentos, etc.
As pessoas cegas, obviamente não participam dessa paranóia.
Por isto, sempre que tiver alguma dúvida quanto ao que estiver vendo, pergunte sempre a um cético antes.
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