Carlos Mello
19/03/2015 | Brasil já foi Socialista.
Uma coisa ruim no Brasil é que os jovens e pessoas com menos de 30 anos, devido à educação atualmente orientada pelo MEC, dificilmente serão bem informados e os mais velhos esquecem rápido. Mas já tivemos aqui um período de legítimo socialismo, e com apoio de 95% da população, ou seja, pelo apoio e participação popular foi um grande sucesso. Logicamente que por muito pouco tempo.
Isto aconteceu no século passado, quando tínhamos como presidente da nossa republiqueta um “coronel” nordestino chamado Jose Sarney, pertencente a uma dinastia feudal nordestina.
Em fevereiro de 1986, o Brasil estava enfrentando uma hiperinflação, em torno de 15% ao mês, então o governo decidiu tomar uma atitude típica de um governo socialista: Decretou o congelamento geral de preços e salários.
Em rede nacional o presidente declarou guerra à inflação e convocou todo o povo para o “bom combate” contra os que ele chamou de especuladores, que seriam todos os meios de produção.
Era mais um plano econômico que abrangia várias frentes como a intervenção radical na economia através de um congelamento geral de preços, da taxa de câmbio e salários, tinha também a substituição do velho cruzeiro por uma nova moeda nacional, o Cruzado.
Mas o principal trunfo do plano era o congelamento de preços. Era uma ação nada técnica mas populista, logicamente tendo em vista a proximidade de eleições, que realmente foram vencidas pelo PMDB na maioria dos Estados.
Assim, com um canetaço, praticamente foi abolida a economia de mercado e adotado o socialismo, todas as transações privadas passaram a ser de controle estatal sendo suprimida a liberdade econômica. Tudo era controlado por tabelas de preços ditados e controlado pelo estado e fiscalizado pela população orgulhosa do sucesso instantâneo do plano. Qualquer crítica era considerada uma traição à Pátria que finalmente estava no “rumo certo”.
Existiu também, como sempre, forte adesão de intelectuais, que entendiam de tudo, menos de economia. Eram os mesmos que criticavam
o uso do decretos-leis e as arbitrariedades dos militares alguns anos antes.
As maiores mídias de jornais e televisões também apoiaram com espalhafatosos editoriais, fomentando ainda mais o clima de histeria popular.
Como consequência muitos empresários e gerentes de loja foram presos e humilhados sob a acusação de aumentar preços fora das tabelas. Vários estabelecimentos comerciais foram depredados por turbas enfurecidas. O governo espertamente “nomeou” a todos os cidadãos como sendo "fiscais do Sarney". Neste clima, milhares de delações anônimas ativavam espalhafatosas investidas da SUNAB nas lojas, bem ao estilo da Gestapo.
Existiram casos ridículos, típico de paisécos em revolução socialista, como o de um cidadão fechando um supermercado em São Paulo com a autoridade de um “fiscal do Sarney” porque os preços das fraldas descartáveis estavam acima da tabela e, logicamente, “em nome do povo”.
Este ato foi estampado nas capas dos principais jornais como um exemplo a ser seguido por todos.
Mais risível ainda foi uma “economista” esquerdista, Maria da Conceição Tavares, que chorou de emoção ao ver o “sucesso” do congelamento. Havia outra burrinha esquerdista chamada Jandira Feghali, que aparecia histérica em várias mídias fazendo discursos rasos apontando denúncias para prender comerciantes e gerentes do comércio.
Sarney e seu bigode eram venerados em máscaras e pôsteres. O povão idiotizado tinha descoberto que finalmente estava no Paraíso que tantas vezes havia sido negado sua existência pelos malvados capitalistas, e esta era a prova de sua existência.
Mas aos poucos a euforia foi passando e a verdadeira face do socialismo foi aparecendo. Iniciou-se uma escassez generalizada de todos os produtos. O que mais aparecia eram mercados paralelos e muito ágio.
A tentativa de combater a escassez foi tão ridícula, que o Ministro da Economia, Dilson Funaro, ordenou que a Polícia Federal fosse procurar os “bois gordos” nos campos, porque achava que os fazendeiros estavam escondendo o gado, já que a carne tinha desaparecido dos supermercados.
E qual foi a lição disso tudo?
Ao nível de massa popular, nenhuma. Se hoje o governo voltar a falar em congelamento de preços o povo todo vai apoiar. Não conseguem pensar e se dar conta que não existe produção de graça, acreditam no “Estado Paizão”, sem se dar conta que o Messias milagroso não existe, que é ele quem sustenta este Estado Provedor.
A realidade é que sempre tivemos modelos altamente intervencionistas no Brasil, isto aqui é um verdadeiro laboratório do socialismo. Nós estamos muito longe de uma economia liberal, que a "intelectualidade" brasileira condena sem conhecer, mas ama aproveitar suas vantagens.
Noções básicas de economia deveria ser dado como matéria em todas as escolas para pelo menos se ter uma noção de como funciona uma economia de mercado e uma planificada, porque a continuarmos com esta mentalidade estaremos sempre condenados ao atraso.
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