Carlos Mello
26/10/2011 | O Falso Milagre de Fátima
Resumo da estória:
A mãe de Deus, Jesus e do Espírito Santo, que são um só pela estranha matemática celestial, resolveu, no início do século XX, aparecer na terra para trazer mensagens importantíssimas através de três segredos aos crentes. Então, inexplicavelmente, mas de fácil compreensão, ao invés de escolher uma redação de uma revista ou jornal ou algum lugar onde fosse possível provar seu aparecimento, escolheu três crianças portuguesas, filhas de pais católicos, que foram Lúcia de 10 anos e seus primos Francisco com 9 anos e Jacinta com 7 anos.
Eles estavam pastoreando quando afirmaram terem visto Nossa Senhora em cima de um arbusto, em Maio de 1917 na localidade de Conselho de Ourém, em Portugal.
Segundo relatos, a Santa Virgem disse às três crianças que era necessário rezar muito e que aprendessem a ler. Convidou-as a voltarem ao mesmo sítio no dia 13 dos próximos cinco meses.
Num destes dias, em 13 de Outubro de 1917, a eterna Virgem resolveu fazer um milagre que havia anunciado, depois de aparecer para o papo com as três crianças, ao despedir-se apontou para o Sol, então o astro rei pareceu dançar e cair sobre uma multidão de 70.000 pessoas, logo depois o astro voltou ao seu lugar de sempre e se estabilizou novamente.
Quanto ao “milagre show” que a senhora patrocinou, os padres dizem que foi assistido por 70000 pessoas, realmente são muitas a serem enganadas. Apresentado desta forma parece uma prova da existência e da vinda da madame Maria de volta a terra. Ainda assim algumas questões podem ser feitas:
Como foi comprovado a existência destas 70000 pessoas? Nunca foi comprovado.
Mesmo que fossem bem menos pessoas, elas poderia terem tido algum tipo de delírio coletivo? Pois os crentes estavam ali desejosos de um milagre.
Todas as pessoas viram o show do sol? Não, muitas disseram que não viram NADA. Tem vários livros a respeito.
Se o sol tivesse feito algum movimento, o nosso sistema solar não teria se desintegrado? Teria sim, o fim do mundo teria sido naquela hora.
Não existia nenhuma máquina fotográfica entre tantas pessoas? Logicamente que não, provavelmente a virgem não permitiu fotos, pra que ter provas se existe fé!
A Maria do Rosário, como também é conhecida a personagem desta aparição por enfatizar que todos deveriam rezar o tal rosário, contou-lhes três segredos exageradamente infantis e contestados até pelos próprios católicos. Sendo que o último deles só deveria ser revelado depois da morte dos videntes ou no Maximo até 1960.
Os três segredos foram mantidos como mistérios, bem ao gosto da Igreja, mas como os tempos eram outros, acabaram sendo “descobertos” e foram um desalento até mesmo entre os próprios crentes.
O primeiro segredo, tornado conhecido em 1942, segundo Jacinta, a que tinha 7 anos, era a visão do inferno. “Grande segredo” esta arma de ameaça muito utilizada pela Igreja já há séculos. Claro que a visionaria não estava mais viva pra confirmar.
O segundo segredo diz respeito a uma aurora boreal, acontecida em 1938, que seria o sinal para o fim da União Soviética e do comunismo. Os católicos usaram uma estratégia “muito difícil” que é fazer futurologia bem ao estilo dos astrólogos.
O terceiro e último pretenso segredo, é o mais ridículo ainda, depois de muitas especulações se seria a data da vinda de Cristo para juízo fina, o Vaticano no ano de 2000 recebeu uma liberação do céu para apresentar o tão profundo mistério. Referia-se ao atentado contra o Papa João Paulo II, em Maio de 1981.
Esta revelação feita pelo cardeal Joseph Ratzinger (atual Papa), prefeito da Congregação para a doutrina da fé, revelou o texto ao vivo na televisão italiana, envergonhando muitos católicos que mereciam mais respeito. Até os ateus, acostumados aos malabarismos religiosos, esperavam mais.
Vejam como a Igreja faz milagres: Um “segredo” de 1917, mostra em 2000, acontecimentos de 1981. Convenhamos, tem que ter muito estudo de Teologia para atingir este nível de precisão.
Quanto às crianças visionarias, duas foram esquecidas pela Virgem Maria, pois não as protegeu e morreram de pneumonia meses depois da aparição, que era uma doença comum na época naquela região, mas provavelmente pioradas devido a tensão e sacrifícios que lhes foram impostos para salvar a humanidade, pelos seus sequestradores religiosos.
A sobrevivente, Dulce, uma criança analfabeta e simples, foi encarcerada por toda a vida. Naturalmente seria incômodo para a Igreja que ela fosse exposta, pois seria facilmente desmascarada como uma pessoa com problemas mentais, por isto foi sequestrada ainda criança pela Santa Igreja e condenada à clausura perpétua até fevereiro de 2005, quando faleceu.
Lúcia, teve a infelicidade de ter tido visões quando criança e não encontrar quem a ajudasse, não apareceram os pais, nenhum médico, psicólogo, assistente social, algum juiz ou qualquer tipo de órgão da justiça que indagasse sua situação, que a libertassem da falta de instrução, da lavagem cerebral, solidão e fanatismo religioso. Para ela lhe foi oferecido somente o rosário como redutor da ansiedade e assim passou a vida na clausura mental da fé religiosa. Uma crueldade digna dos representantes do todo poderoso amigo imaginário.
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