Carlos Mello
25/01/2012 | Superlotados balneários.
Esta semana dei uma passeada por algumas praias, o ideal seria usar um helicóptero para se deslocar naquele trânsito, como não tenho fui de moto, decisão acertada, pois não sei como uma pessoa, com pleno gozo de suas atividades intelectuais, aguenta tamanho congestionamento nas estradas. É um verdadeiro teste de paciência com alguma dose de masoquismo.
Quando era guri adorava estar na praia, às vezes ficava dois meses inteiros veraneando, mais tarde, já trabalhando, nunca deixava de passar uns quinze dias na praia. Isto até os 27 anos, então casei e nunca mais passei mais do que cinco dias numa praia, sempre preferi gastar dinheiro fazendo alguma viagem. Desta época fixei meu conceito de praia como um lugar espaçoso, tranquilo, sem problemas de trânsito, onde se podia jogar futebol ou praticar qualquer esporte sem atrapalhar ninguém.
Fiquei na Praia da Ferrugem, ao lado de Garopaba, é uma dessas praias que continuam com jeito de praia, no meu conceito obviamente, isto porque se pode caminhar sem precisar cuidar para não esbarrar em alguém a cada passo dado. Apesar de ser ainda uma praia de verdade, o aumento de pessoas que vem passar alguns dias, que não são os que tem casas no local, traz uma parcela de público muito mal educada que participam de festas com som que faz qualquer um se sentir dentro de um baile de carnaval, querendo ou não, que deixam uma sujeira em latas, garrafas e todo tipo de lixo pelo chão e ruas que demonstram uma total falta de educação. E pelo que escutei, isto acontece em quase todas as praias. Talvez por isto que estejam surgindo tantos condomínios fechados nos balneários, que mesmo não fazendo a opção de ir a praia o objetivo principal, pois é quase como simplesmente trocar de endereço no verão, ficam livres da poluição populacional provocada fora dos seus muros.
Em Garopaba, onde vou seguido, exceto nos meses de janeiro e fevereiro, pois tenho uma irmã morando lá. Não lembra em nada a praia de pescadores que conheci nos anos setenta, nem vou dar minha opinião sobre como está agora, mas preferia que não tivesse mudado tanto.
Garopaba tem uma curiosidade bem interessante: Na rua principal do balneário existe um prédio verde, que tem um grave problema de planejamento ou pelo menos teria que ser dada uma boa explicação para a existência da escada lateral.
Uma praia que eu não entrava há uns vinte anos era Comboriú, não vou criticar porque é uma questão de gosto, mas é um lugar para quem adora agitação, de muita gente, muita mesmo, deve ser uma das maiores densidades demográficas do mundo, na verdade uma metrópole com dezenas de edifícios de cinquenta andares. A areia da praia tem a cor marrom característica dos lugares superpovoados. Os frequentadores gostam de se enganar dizendo que são algas, mas quando questionados sobre qual o destino do esgoto de mais de um milhão de pessoas no verão eles não sabem responder ou então imaginam que existe alguma mágica, mas que não tem nada a ver com a praia superpopulosa.
Em Camboriú encontrei um dos maiores absurdos, que demonstra ineficiência administrativa digna de algum País africano do século retrasado contrastando com o ar de megalópole pela altura e modernidade dos prédios.
Na frente do prédio onde fui visitar uns amigos, rua 1010 (segunda foto), a uns 40 metros da praia, uma casa, mostrando total desconsideração com os transeuntes e conivência da prefeitura, simplesmente ocupou a calçada, fez um puxado e fechou com uma parede de tijolos, com isto obrigando o pessoal a ir para a rua para poder passar na frente. Isto não era para ser tolerado nem um dia.
Contrariando a maioria das pessoas, eu adoro Porto Alegre no verão, mesmo concordando com o termo Forno Alegre como alguns tem apelidado nossa cidade, ainda assim acho melhor do que as ruas superlotadas, falta de estacionamento, sombra então nem pensar, filas em todo lugar, restaurantes cheios e caros, trânsito torturante e outras características dos nossos superlotados balneários.
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