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Carlos Mello
28/05/2014 | Porque o governo não imprime mais dinheiro e distribui tornando todos ricos?
Porque nenhum economista descobriu esse segredo que acabaria com os pobres e solucionaria todos os problemas do mundo? Afinal é só imprimir mais.
O dinheiro tem um papel essencial em todos os aspectos da nossa vida e em todas as atividades, não só na organização econômica, como cultural, política, na geração de empregos, no consumo, etc. Por isto chega a ser incompreensível de entender que pessoas bem informadas, muitas até com diplomas universitários, terminem seus cursos sem nunca ter tido uma aula sobre esse poderoso estruturador das sociedades.
Isto de imprimir dinheiro para tentar resolver problemas financeiros já foi tentado aqui no Brasil de forma bastante desastrosa, foi em 1955, o então presidente Juscelino (JK), entendeu que seria uma boa ideia e emitiu mais papel-moeda para ajudar a financiar seu projeto de fazer o Brasil avançar 50 anos em 5. Conseguiu construir Brasília, mas deixou uma herança que durou quase quarenta anos, até o surgimento do plano cruzado em 1994.
Logicamente que a inflação não foi somente devido à emissão de dinheiro em 1955, mas foi o principal motivo porque iniciou o processo inflacionário.
A geração mais jovem nem sabe o que isto significa, para terem uma ideia, entre 1968 e 2008, o Brasil teve uma inflação acumulada de 970 000 000 000 000% (970 trilhões %). Só no ano de 1993 a inflação anual foi de 2.477%. Se compararmos com a preocupação da nossa atual inflação prevista em torno de 6% ao ano, o que aconteceu parece inacreditável.
Os planos econômicos, que tentaram estabilizar a economia, dividiam a moeda por mil, era como se R$ 1.000,00 de um dia para o outro passasse a ser R$ 1,00.
São vários exemplos no mundo, mas outro clássico da emissão de moedas sem lastro foi a Alemanha de 1918 a 1939, período do final da primeira até o inicio da segunda guerra mundial. A moeda alemã ficou tão desvalorizada que era necessário levar a quantidade de notas em carrinhos de mão para comprar coisas de supermercado.
O problema de esclarecer o porquê disso acontecer não é fácil em um pequeno espaço como este, que não é especializado em teorias econômicas, isto porque economia não é uma coisa simples, e dar respostas simplórias para assuntos complicados é difícil e arriscado, pois as pessoas nem sempre entendem, teria que se dar alguma explicação sobre liquidez monetária, PIB e mais alguns conceitos básicos que aqui seria pouco espaço para isto, mas se pode tentar.
Existe uma unanimidade entre os economistas, 100% concordam que imprimir dinheiro não significa criar riqueza. O que existe é uma equação de equilíbrio em que, de forma simples é:
O número médio de preços equivale ao número de cédulas dividido pelo número de bens.
Sendo um pouquinho mais técnico:
Se aumentar o número de cédulas, haverá, NUM PRIMEIRO MOMENTO, uma demanda adicional por bens e serviços e um falso aumento da atividade econômica (A construção de Brasília, citada acima, é um exemplo), demanda essa que FOI CRIADA DO NADA, quando se for repor as mercadorias dessa demanda, vai se ver que não existe mais o que repor, pois o estoque foi todo comprado, então para adquirir de novo terá que se pagar mais com o dinheiro que se recebeu a mais também.
Isto é uma lei econômica, o dinheiro tem seu valor determinado pelo que as pessoas lhe darão em sua troca, pelos bens que consegue receber nesta troca, se imprimir mais dinheiro, isto NÃO VAI FAZER APARECER MAIS BENS, somente vai diluir esse bem em um numero maior de cédulas. Então esse bem passa a valer mais, custar mais, e isto se chama inflação.
De uma outra forma:
Se o governo imprimir muito dinheiro, esta emissão de moedas vai para o mercado, como há muitas moedas e não houve uma produção equivalente, logo vão faltar produtos para aquela quantidade de dinheiro e é isto que causa um desequilíbrio, e então entra a lei de mercado que é o aumento generalizado de preços, ou seja: Se INFLACIONA os bens.
Resumindo:
Não existe uma solução mágica de se imprimir maior quantidade de papel-moeda e trazer a felicidade a todos. Isto seria bom num primeiro momento, até terminar os estoques, depois ocorreria uma inflação monetária que acabaria destruindo a economia em decorrência dos ciclos econômicos que causaria.
Daria para dar alguns exemplos clássicos de economia se imaginando um rei dono de uma ilha isolada que cria sua moeda ou um país pequeno ou ainda o que aconteceria se o governo imprimisse mais dinheiro para colocar nos estádios para a copa.
Tem outras dúvidas que se pode esclarecer mais adiante, como por exemplo:
Porque umas moedas são mais valorizadas que outras?
Se os bancos emprestam dinheiro dos clientes, porque não diminui o dinheiro dos clientes depositados?
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