Carlos Mello
23/10/2013 | Macartismo - Os dois lados de uma história.
O Macartismo foi um movimento político, ocorrido nos EUA na década de 1950, de perseguição a qualquer cidadão que tivesse alguma suspeita de ser comunista.
Foi um período negro na história americana devido aos constantes desrespeitos aos direitos civis, que eram justificados pelo período de guerra fria e um exagerado medo do Comunismo e suas possíveis influências nas instituições americanas.
O termo “Macartismo” é uma referência às ações do senador Joseph McCarthy, que foi o mais notável “inquisidor” americano, principalmente na área de cinema e instituições de ensino, mas abrangia todas as áreas.
O Macartismo cometeu muitas injustiças em suas perseguições e violações dos direitos individuais, o que fez a opinião pública ficar indignada e acabar com esta “caça às bruxas”
McCarthy caiu em decadência e morreu em 1957. Atualmente é considerado uma figura que envergonha a história americana.
Mas o que não é contado é que o aparecimento do Macartismo foi uma reação ao movimento comunista americano, que criou uma “lista negra” e tentou controlar à força a indústria de entretenimento americana.
Em de 5 de outubro de 1945, mais de mil sindicalistas ligados ao Partido Comunista, cercaram os estúdios da Warner, em Burbank, na Califórnia, e fizeram piquetes. Até hoje piqueteiros são completamente antidemocráticos em seus atos.
Várias escaramuças aconteceram porque a maioria dos atores e funcionários resistiu mostrando sua disposição de trabalhar, mesmo sendo surrados, entre eles famosos como Kirk Douglas e o coreógrafo LeRoy Prinz.
Como a maioria dos empregados não se intimidou e quiseram entrar, os capangas da gang sindical resolveram partir para a porrada, resultando que 89 empregados da Warner, quatro policiais, três bombeiros, o representante de um sindicato contrário à greve e seis piqueteiros foram parar no hospital.
Estes mesmos sindicalistas também investiram contra as fábricas que enviavam armas e suprimentos para a Inglaterra e França que se defendiam dos ataques nazistas.
A Warner permaneceu cercada por 23 dias, enquanto milícias sindicalistas espalhavam o terror ateando fogo às casas de dirigentes do sindicato adversário para impor, pelo medo, a autoridade do partido a toda a indústria cinematográfica.
O sindicato mobilizou seus pelegos para negar trabalho aos atores que se recusavam aderir à greve. Desta relação de atores, indesejáveis ao sindicato, foi que surgiu a expressão “Lista Negra” (Stars face blacklist), que incluía centenas de atores como Barbara Stanwick, Van Johnson e Lana Turner.
Erradamente ligam a expressão “Lista Negra” ao senador Joe McCarthy e seu comitê de investigações, mas era referente a ditadura sindicalista de dominar o cinema americano.
Em 1946, menos de um ano depois, o sindicato comunista montou um sistema de fiscalização dos roteiros apresentados a Hollywood. O roteirista que não seguisse seus ditames era hostilizado.
Isto está documentado em “Hollywood Party. How Communism Seduced the American Film Industry in the 1930's and 1940's”, de Kenneth Lloyd Billingsley.
Foi uma ironia os sindicalistas, que sabem explorar o “coitadismo”, provarem do mesmo veneno que usaram.
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