Carlos Mello
21/09/2011 | A Bíblia, Um livro perigoso.
Quando bons cristãos afirmam que leram o livro sagrado, a Bíblia, é provável que não a tenham lido de verdade, ou leram apenas alguns trechos habilmente indicados. Senão como explicar que alguém de boa índole possa ter lido o trecho abaixo e não se dar conta do absurdo que existe num livro que preconizam como uma base moral.
Vamos abordar somente um texto do profeta Isaías: Isaías 13, versículos 15,16.
“Todo que for achado será traspassado e, todo que apanhado, cairá à espada. As suas crianças serão despedaçadas (j) perante seus olhos; as suas casas serão saqueadas, e a mulher de cada um, estuprada.”
Como a bíblia foi muito mal escrita, existem umas letrinhas entre parêntesis no texto, que direcionam a outros textos que dão uma explicação ou comentário sobre o que está sendo lido, os teólogos chamam este recurso de exegese, é um tipo de link que leva a outro texto complementar.
Buscando este outro texto fica mais claro o que Deus quis dizer com crianças despedaçadas e mulheres estupradas. A letra (j), nos leva ao texto de Naum 3.10, onde diz: “Todavia ela foi levada ao cativeiro, também os seus filhos foram (i) despedaçados no topo de todas as ruas ...”
Agora este novo exegese (i) leva a Oséias 13 versículo 16: “Samaria virá a ser deserta porque se rebelou contra Deus; cairão pela espada, seus filhos serão despedaçados, e as mulheres grávidas serão abertas pelo meio ...”
Então quando tentarem lhe explicar dizendo que é uma questão de interpretação, em vez de aceitar placidamente uma interpretação das palavras deste profeta, quais seriam os propósitos divinos que justifiquem despedaçar crianças, saquear casas, estuprar mulheres e partir grávidas ao meio?
Se questionares este texto a um religioso profissional (padre, pastor, etc), vai tentar justificar o injustificável dizendo que foi buscado um trecho fora do contexto. Como se algum contexto justificasse tamanha barbárie.
O contexto em referencia é que Isaias faz uma narrativa da destruição da Babilônia pelos persas, pois eles tinham ódio dos babilônicos, que para a época, 650 aC, (VI a.C) era uma cidade avançada, sua cultura até hoje tem uma participação na nossa, pois foram eles que dividiram o dia em 24 horas e cada hora em 60 segundos. Também da Babilônia surgiu o famoso código de Hamurabi, que na pratica é o principio do “olho por olho e dente por dente”.
Mas a Babilônia, na visão de Deus, deveria ser destruída porque era rica, alegre, o que na interpretação dos religiosos eram características de orgias e perversões. Mas o principal motivo era que este império era pagão.
Se o leitor pensar um pouco vai chegar à conclusão que não existe como tentar explicar esta e muitas outras atrocidades constantes na Bíblia.
Este trecho, entre centenas de outros de mesmo teor, já seria motivo de ser proibido sua divulgação pelo simples motivo de incitar a violência, ou pelo menos deveria ter uma tarja na sua embalagem dizendo:
Atenção:
Esta obra de ficção pode causar mal à saúde mental.
Aviso de conteúdo:
Contém versos descrevendo assassinatos, incestos, violência mórbida, violação de direitos humanos, atrocidades, etc.
Aviso quanto à sua exposição:
A exposição ao conteúdo durante os anos de formação de uma criança, pode causar delírios, capacidade de compreensão e raciocínio reduzida ou anulada e, em casos extremos, distúrbios patológicos como ódio, fanatismo, incluindo assassinato e genocídio.
Compartilhe
- Dia de Santa Adelaide
- Dia de São José Moscati
- Dia do Butantã
- Dia do Reservista
- Dia do Síndico - Porto Alegre
- Dia do Teatro Amador