Carlos Mello
11/12/2013 | Mandela. Santo ou Demônio?
Sempre que uma pessoa morre existe uma tendência de transforma-la em santa. Esse Santo Mandela é um bom exemplo.
Deve-se desconfiar de textos glorificando ou demonizando, geralmente são tendenciosos e desonestos. Seu lado humano era igual ao de todos, com defeitos e virtudes,
Mandela, atualmente enaltecido na mídia como a pessoa que dedicou toda a sua vida à paz, não é a versão correta.
No final dos anos 50 ele defendia a luta armada a fim de conduzir África ao comunismo e por anos liderou o braço armado do Congresso Nacional Africano - CNA em parceria com o Partido Comunista da África do Sul. Ou seja: E era um terrorista cinco anos ANTES da implantação do apartheid branco.
Aliás o Apartheid não foi uma invenção dos brancos na África como geralmente se pensa, isto era um sistema que há séculos os negros usavam, e ainda usam, para se separarem em etnias e manterem suas intermináveis guerras, e foi por causa destes apartheids que algumas etnias matavam ou prendiam seus inimigos para venderem como escravos aos brancos, que os traziam para a América.
Na África do Sul as maiores inimigas e seguidoras do apartheid negro eram as tribos Zulu e Xhosa. Mandela era da Xhosa.
Mandela não se importava com os apartheids negros, o objetivo era o Apartheid branco, porque este tinha dado certo, tinha um desenvolvimento nunca havido naquela região, o que causou a inveja e, devido a total incompetência de fazerem algo parecido, acabou gerando uma revolta contra os exitosos.
Ele foi um terrorista cruel ao estilo do Bin Laden e não um corajoso guerrilheiro que combatia o apartheid dos brancos.
É possível compreender que um guerrilheiro lute contra as forças as quais ele entende opressoras, assim que atacar um quartel ou membros do exército e suas forças, mesmo que não se concorde, seria parte da estratégia de um guerrilheiro, pois está atacando quem pode se defender. Mas colocar bombas em lugares públicos, procurando atingir pessoas indiscriminadamente é pura covardia, é ato terrorista mesmo, e foi isto que Mandela e seu grupo fez. Também vale lembrar que assassinaram muito mais negros que brancos, colocando pneus com gasolina em seus pescoços e queimando-os vivos.
Por causa destes crimes que ele foi preso e não por lutar contra o Apartheid, embora este contexto possa ter influído. De qualquer forma não é justificável usar métodos injustos para combater injustiças.
Foi acusado de preparar 210 mil granadas de mão, 48 mil minas, 1.500 bombas-relógio, 144 toneladas de nitrato de amônio, 21,6 toneladas de pó de alumínio e uma tonelada de pólvora negra. Ao todo, foram 193 acusações de terrorismo.
Estas ações eram financiada pela De Beers, líder mundial na exploração de diamantes, que usava mão-de-obra escrava, com o propósito de ser protegida e evitar de ser molestada.
Em 2007, um filme chamado "Blood Diamonds" (Diamantes de Sangue), com Leonardo DiCaprio, foi furiosamente censurado por Mandela. O motivo era que o filme mostrava como a indústria de diamantes na Europa, sua aliada, financiava sangrentas revoluções, escravidão e morte na África.
Ele ficou tão revoltado que considerou o ator como persona non grata. Agora se sabe o porquê dessa revolta.
O julgamento foi conduzido por um judiciário independente e testemunhado por observadores internacionais.
Mandela aceitou e confessou todas as acusações destes crimes. Seus atos foram considerados desumanos até pela Anistia Internacional, que à época o classificou como um “assassino”.
Mesmo com este passado, Mandela teve hombridade de reconhecer seus erros, pagou e tentou agir diferente. Nisso foi honrado, também não tentou burlar a prisão com pretensos motivos de saúde ou empregos escusos como nossos políticos tupiniquins fazem.
Escapou de ser condenado à morte por pouco, foi condenado a 30 anos de prisão, dos quais cumpriu 26 anos, permaneceu preso de 1964 a 1990.
Ao sair era o prisioneiro mais famoso do mundo e uma pessoa bastante mudada em relação ao seu engajamento inicial. Tinha charme, carisma, era sorridente e assim acabou sendo um dos principais responsáveis pela transição pacífica na África do Sul.
Em 1993 recebe o Prêmio Nobel da Paz, pelos esforços em acabar com a segregação racial na África do Sul.
Em 1994, tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul. Governou o país até 1999, consolidando o fim do regime segregacionista branco e também pela reconciliação de vários grupos étnicos. Não chegou a mudar sua antiga admiração por ditaduras e ditadores.
O maior feito de Mandela foi ajudar a implantar uma constituição com igualdade racial sem ter ocorrido uma guerra interna.
Sua administração não resolveu problemas básicos, a expectativa de vida caiu por causa da Aids, o país continuou um dos mais violentos e corruptos do mundo e a desigualdade continuou igual.
Ele possuía a extraordinária capacidade de admitir seus erros, usava seus fracassos como experiência. Um exemplo disto foi o maior problema de saúde pós-apartheid da África, a epidemia de AIDS, que se espalhou devido a burrice do CNA que achava que a doença era coisa de brancos querendo discriminar negros e não fizeram qualquer prevenção para evitar a disseminação.
Ele procurou remediar este erro, ao sair da presidência se engajou intensamente na campanha contra AIDS enfatizando a prevenção e tratamento, especialmente quando seu próprio filho morreu vítima da doença em 2005.
Também tem que ser elogiado pela sua lealdade republicana, não tinha nada de déspota nem obsessão pelo poder. Ele poderia ter sido eleito por quantos mandatos quisesse, mas ficou apenas um. Se compararmos com seus vizinhos como o Zimbábue, por exemplo, o líder, Robert Mugabe, está em seu quinto e desastroso mandato, ou mesmo na América Latina, a Venezuela teve até a constituição alterada para satisfazer a obsessão compulsiva de Hugo Chaves pela presidência e no Brasil o populista Mula tentou fazer o mesmo para se perpetuar no poder.
Com o fim do mandato de presidente, Mandela afastou-se da política dedicando-se a causas de várias organizações sociais.
É uma personalidade que iniciou mal, mas terminou bem.
O que é muito melhor que se fosse o contrário.
Vídeo mostrando o outro lado de Mandela:
http://www.youtube.com/watch?v=jeXW9Pes1mQ
Outro Post que não elogia
http://www.hnp.org.za/site/index.php?id=67
Uma dúvida inconveniente:
Se os negros aplicassem um apartheid contra os brancos, será que os brancos se revoltariam?
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