James M. Dressler
16/10/2014 | A ilógica socialista
Quando vemos o conteúdo das campanhas políticas nestas eleições, fica fácil perceber que há duas concepções de mundo econômico antagônicas. Mas exatamente o que cada uma delas tem como fundamentos? É isso que vamos abordar neste texto.
A visão mais comum entre nós, brasileiros, é a visão socialista (ou progressista, embora ela pouco tenha a ver com progresso, realmente). Um dos pilares das políticas socialistas é a “redistribuição de renda”. E por que a renda deveria ser redistribuída? Porque o socialista vê a economia como um jogo de soma zero, onde há uma quantidade finita de riqueza (capital), a qual os “grandes capitalistas” e os mais ricos (ou “privilegiados”) tem acesso mais fácil ou prioritário, e avidamente pegam mais capital do que deveriam, por ganância. Outro motivo pelo qual os pobres seriam prejudicados é que alguns teriam menos acesso ao capital por pertencerem a minorias discriminadas, como negros, índios, mulheres, etc.
Para os socialistas, a grande função do Estado seria reparar estas supostas injustiças, confiscar estes ganhos ilícitos de quem é mais rico para entregá-los aos seus legítimos donos, através da redistribuição de renda.
A visão que se contrapõe a ela é a liberal, que se fundamenta no mercado, onde se acredita que a renda não é obtida por ganância ou por mágicas redistributivas, mas tão somente pelo trabalho. Obtém-se renda quando, através do trabalho, satisfazemos alguma necessidade de nossos semelhantes. Quanto mais capaz você é de entregar algo de bom para a sociedade em que vive, maior será a sua renda. E quanto mais difícil, raro ou útil é o serviço que você presta ou produto que produz, isso também se refletirá na renda que você aufere.
Então, é uma falácia dizer que os mais ricos precisam “devolver algo à sociedade”, porque eles já o fizeram antes de obterém qualquer renda, senão ricos não seriam. Numa sociedade de mercado livre, ninguém fica rico sem ter entregue algo de muito útil à sociedade. Deste ponto de vista, não faz muito sentido obrigar alguém a entregar parte dos seus ganhos obtidos de forma lícita no mercado, para que sejam redistribuídos aos mais pobres. Alguém viu alguma vez Steve Jobs apontar uma arma na cabeça de alguém obrigando a comprar um iPhone?
Mesmo assim, é fácil perceber que os impostos que já temos, iguais para todos, já são uma forma de redistribuição de renda, pois o mais rico acabará sempre contribuindo muito mais, em valores absolutos, para a construção daquele hospital ali no bairro, que mesmo o mais pobre também terá acesso, por menor que seja o imposto que pague. Querer, além disso, que simplesmente dinheiro seja confiscado de ricos para ser entregue, sem nenhuma contrapartida, aos mais pobres, é algo absurdo, além da medida e que pior ainda, passa a mensagem errada de que não é preciso trabalho para se obter renda, ou seja, não é preciso dar nada em troca à sociedade. Mensagem para lá de egoísta, não?
E aí entramos nas campanhas políticas que vemos por aí, que no final das contas, dizem o seguinte: que o eleitor não precisa trabalhar, servir ao semelhante para obter renda, que o candidato se encarregará de confiscar parte da renda dos outros, mais ricos, para entregar a quem votar nele. Esta é a mensagem subliminar que está por trás de toda campanha política socialista.
Quando chegamos a este ponto, em que este tipo de política fica clara, e ninguém mais parece se importar (ou ter vergonha de aceitá-la como normal), já estamos num caminho em que o verdadeiro progresso e desenvolvimento entram na categoria de sonho. Você já viu nossos últimos índices de crescimento do PIB para 2013 e as projeções para 2014 e 2015?
Pois é...
Compartilhe
- Dia de Santa Adelaide
- Dia de São José Moscati
- Dia do Butantã
- Dia do Reservista
- Dia do Síndico - Porto Alegre
- Dia do Teatro Amador