James M. Dressler
23/12/2015 | Que Semana!
Mais uma semana de fortes emoções na política brasileira. Só para não variar, as pessoas que acompanham a política e são críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff demonstraram toda sua ingenuidade achando que não haveria reação do governo e de quem o apoia, e que o impeachment era questão de pouco tempo.
A semana começou com a investida contra o enrolado presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Para demonstrar força e realmente humilhar não Cunha, mas sim a todos que apoiam o impeachment, a ação contou até com soldados das Forças Armadas vestindo roupas de camuflagem, algo completamente desnecessário. Se não fosse este o objetivo, qual seria? Reagir a uma provável investida do deputado com metralhadoras ou dirigindo um tanque de guerra? Ora...
Continuou depois com o julgamento sobre o rito do impeachment no Supremo Tribunal Federal. Em decisão inusitada (para os ingênuous) do STF, chegamos à conclusão que Collor foi deposto por um golpe do Poder Legislativo. Descobrimos também que, ao contrário do que diz a Constituição e até mesmo a arquitetura do prédio do Congresso, com um prato virado para cima representando a Câmara e outro para baixo representando o Senado, que importante mesmo sobre o impeachment é o último, que pode engavetá-lo independentemente do que o povo quer, povo este que é representado pela Câmara, enquanto o Senado representa os estados federados. Casualmente, claro, o Senado é dominado pelo governo cuja presidente está sofrendo o processo de impeachment.
Como o que já está ruim sempre pode piorar, a presidente decidiu que o ajuste fiscal não valia a pena, que importante é gastar recursos, mesmo que já não haja mais o que gastar. Empurra-se a dívida (cada vez maior) para frente e que exploda na mão de outro, como se no fim a explosão não atingisse justamente toda a população. Resultado: o Brasil foi rebaixado por mais uma agência de classificação de risco internacional e perdeu o grau de investimento. Deixou de ser porto seguro para investimentos internacionais e obrigará a muitos investidores deixarem o Brasil levando seus dólares embora.
E como se o pior não bastasse, porque não piorar ainda mais? Dilma, aproveitando a saída do ministro Joaquim Levy, cansado de ver desrespeitadas suas orientações econômicas, nomeou para seu lugar um dos economistas envolvidos com as supostas “pedaladas” fiscais, que tem fama de não ter o menor apreço por um ajuste e tão pouco pela responsabilidade fiscal. Sim, 2016 promete em termos de piora de todos os índices econômicos que você consiga lembrar.
E para fechar com chave de ouro a semana, o governo prepara uma nova medida provisória aumentando (de novo, desde que o PT assumiu a presidência!) os impostos sobre aplicações financeiras. Você, que dá duro todos os dias, estava guardando dinheiro para comprar uma casa, carro ou simplesmente fazendo um pé-de-meia para a aposentadoria? Azar o seu. O governo vai meter a mão no seu bolso, para fazer o que sabe melhor: tirar de quem trabalha para dar para quem não trabalha.
Que semana, hein? Enfrentando a pior recessão da história em 100 anos, diga-se de passagem, buscada incansavelmente pelo governo que aí está, o Brasil não tem o que comemorar neste final de 2015. E o horizonte de 2016 não parece nada promissor. Oremos.
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