James M. Dressler
08/02/2017 | Recuperação
Entramos em 2017 com uma série de dúvidas sobre o futuro do Brasil, depois de um ano turbulento como 2016. Há quem ache que o ano passado ainda não terminou, mas parece-me que estão enganados. 2017 está aí, e parece que estamos entrando em outra fase no nosso país.
Apesar das turbulências de 2016, com o impeachment e o fim da malfadada “nova matriz econômica”, a bolsa de valores mesmo assim deu sinais de vida e acabamos com uma valorização de mais de 30% no ano. Pode parecer muito, mas ao atingir um total em torno de 60 mil pontos no final do ano, a BOVESPA está muito aquém dos 75 mil pontos que já tinha atingido lá por 2008, antes da crise financeira que teria sido apenas uma “marolinha” por aqui. Dou razão agora a Lula: perto da crise em que sua turma nos enfiou seis anos depois, aquela crise não passou de uma leve perturbação num lago sereno. Agora, já no primeiro mês de 2017, a bolsa apresenta valorização perto dos 10%, prenunciando uma volta aos antigos patamares. Se tudo der certo, com as reformas que o governo pretende sendo aprovadas, ela irá passar de viagem rumo aos 90 mil pontos ao final de 2017. Significará que a economia estará se recuperando, as empresas se fortalecendo, e o desemprego diminuindo. Oremos pela inteligência e responsabilidade de nossos parlamentares.
Por outro lado, graças à mão firme do governo, aliada à grande reputação da equipe econômica atual, e com alguma ajuda da recessão, a inflação perdeu força (lembrem que no governo de Dilma a recessão já era grande e a inflação disparava, portanto a atual equipe econômica tem muito mérito). Deve fechar no centro da meta de 4,5% ao final do ano, e talvez caia ainda mais em 2019. Uma excelente notícia, porque permitirá a queda ainda maior de juros dos títulos emitidos pelo Brasil, economizando quantia substancial das receitas de nossos impostos destinados ao pagamento destes mesmos juros. Convém esclarecer que não se baixa as taxas de juros na marra, com a inflação em alta, porque se o título paga juros reais (nominais, descontada a inflação) baixos, ninguém vai querer comprá-los, e o governo não conseguirá obter financiamento para pagar suas dívidas, o que seria desastroso. Basta olhar o caso do Rio Grande do Sul, que (graças a Deus) não pode emitir títulos de dívida como a União faz, e acaba não podendo honrar seus compromissos.
Infelizmente, segue o desemprego ainda aumentando, mas as condições para reverter o quadro, citadas acima, começam a aparecer. Depende só de nós, brasileiros, seguirmos no caminho já trilhado antes com o Plano Real, e que felizmente parece que estamos retomando. Disciplina fiscal, reformas, inflação controlada, juros diminuindo, e chegaremos lá.
Repito: depende de nós. Se fizermos nosso dever de casa, os investimentos retornarão aos poucos, recuperaremos o investment grade, e entraremos numa fase de crescimento que talvez nunca tenhamos experimentado antes, sustentável, e não aqueles clássicos “voos de galinha” seguidos de anos de marasmo econômico.
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