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James M. Dressler
03/02/2016 | 13 anos
E no início deste ano completamos 13 anos em que o PT chegou à Presidência do Brasil. Depois de tanto tempo, já podemos fazer uma avaliação de governo baseado em quatro pontos que considero essenciais: segurança, educação, saúde e economia. As três primeiras, em ordem decrescente de importância, objetivos fundamentais que justificam a existência do Estado, e a última, apenas algo em que o Estado tem no máximo o dever de não atrapalhar.
Se avaliarmos do ponto de vista da segurança, alguém tem alguma dúvida que vivemos os tempos mais inseguros de nossa história? Não há um dia em que não fiquemos chocados com crimes extremamente violentos praticados na forma de assaltos, roubos, estupros e extermínios. E mais chocados ainda ficamos quando vemos que as pessoas que os praticaram, mesmo presas em flagrante, são liberadas em 24 horas, para responder em liberdade pelo crime. Alguém poderia dizer: “ah, mas de acordo com as leis que temos, os juízes nada podem fazer e o governo nada tem a ver com isso”. Até é uma meia-verdade, mas o Executivo e mesmo o partido do presidente poderia propor alterações que endurecessem não só as penas, mas diminuísse a facilidade para se deixar criminosos perigosos à solta quando presos em flagrante. A verdade é que o governo (que segue fielmente a ideologia petista) nada faz, ao contrário, gosta de vitimizar os bandidos, quase que querendo nos convencer que as vítimas é que são culpadas. Além disso, evita investir em presídios, através do falso dilema de que investindo neles deixamos de investir em escolas, o que na teoria petista, realimentaria o ciclo da violência, que só existe porque as pessoas não tiveram acesso à educação. Falam como se uma coisa impedisse a outra, e é claro que não. Resultado: um desastre na segurança, mas que acaba sendo o gancho para o nosso próximo campo de análise, a educação.
Do ponto de vista da educação, a “pátria educadora” vai muito mal. São nada menos que 13 anos de educação sob a tutela do governo que aí está. É praticamente uma geração que ainda não estava em período escolar ou nasceu a partir de 2003. E o que vemos? Uma profusão de adolescentes provocando o caos dentro das salas de aulas, um desrespeito crescente aos professores, avaliações cada vez piores nos índices de aproveitamento escolar internacionais, e não bastasse isso, cada vez mais menores voltados para o crime, sejam cooptados pelo tráfico de drogas, sejam simplesmente cometendo crimes comuns como assaltos e estupros, em números cada vez maiores, num clima de impunidade jamais visto. Prioridades inadequadas ao país que temos, privilegiando o acesso ao nível superior ao invés de fortalecer o ensino básico e médio, acabou por produzir um grande número de analfabetos funcionais de terceiro grau que têm dificuldades de se colocar no mercado de trabalho. Contabilizo nesta área outro um desastre.
Na saúde, outro quadro desolador. Depois de Lula sugerir aos Estados Unidos o SUS como modelo de sistema de saúde, basta olhar os últimos meses para se assustar com o absoluto desastre que é a saúde pública. Além de incontáveis greves no setor, a falta de recursos faz abundar pessoas sendo atendidas no chão de corredores hospitalares, e propicia cada vez mais situações inusitadas, como consultas ou cirurgias marcadas para pessoas já mortas à espera de atendimento. Não bastasse isso, a incompetência absoluta de gente colocada no ministério da saúde ocasionou a subestimação do perigo da disseminação do zika vírus, tratado no primeiro momento como “inofensivo”. Resultado: o vírus até o momento já causou microcefalia em milhares de bebês que terão problemas neurológicos pelo resto da vida, comprometendo seu desenvolvimento e bem-estar permanentemente. Neste quesito, outro descalabro produzido.
E chegamos finalmente ao último aspecto a avaliar, a economia. Poderia dizer que o maior período recessivo nos últimos cem anos do Brasil já seria o suficiente para caracterizar outro desastre, mas sempre pode ficar pior. Quem sabe não atingimos o clímax recessivo de 500 anos de Brasil? É o que se depreende ser possível a partir das últimas medidas do governo na última semana. Primeiro, manter a taxa de juros nas condições em que foi mantida, denotando interferência política e minando a credibilidade do Banco Central. Não obstante, tentar resolver os problemas econômicos de endividamento do país, com o abandono de qualquer ajuste fiscal e uma nova rodada de “ações desenvolvimentistas”, como um pacote de crédito de 83 bilhões de reais a ser disponibilizado pelos bancos públicos. Ou seja, se o problema é a dívida, que tal fazer mais dívida para resolvê-lo? Prevejo três resultados: mais inflação, juros maiores e novos rebaixamentos pelas agências de risco.
Quarto desastre. Este último, ao cubo. E ainda temos três anos pela frente. Que Deus nos ajude.
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