James M. Dressler
06/11/2017 | Falta de Perspectiva
E chegamos ao final do ano com mais uma greve de professores em andamento. Alunos, mais uma vez, correm grande risco de perder o ano letivo. Ao invés da greve resultar em melhoria das condições para professores e alunos, como diz querer o CPERS, é bem provável que o resultado oposto é que seja atingido.
Já se tem notícia que muitos alunos postularam e obtiveram transferência de escolas que estavam em greve para outras que não aderiram ao movimento, já que o CPERS não conseguiu ter uma adesão suficiente para paralisar completamente o ensino no estado. Mas como não há lugar para todo mundo, é óbvio que muitos alunos resultarão prejudicados. E qual a consequência de não conseguirem completar o ano? Será um ano a mais despendido para se juntarem à força de trabalho do estado e do país, o que certamente deverá resultar em um menor crescimento do PIB de ambos.
Por outro lado, consideremos que a greve termine a tempo das aulas serem recuperadas e que todos completem o ano letivo. Ainda assim, sabemos que a recuperação dos conteúdos fica bastante prejudicada e, mesmo que os alunos os recebam, não terão a sua exata compreensão e assimilação e isso fará falta no futuro, no momento de conseguirem melhores colocações no ENEM e, por conseguinte, lugares nas melhores universidades do país.
Alguém poderia argumentar que isso é um exagero, que não há uma relação tão direta assim. O problema é que a nossa realidade já é esta. Já estamos sofrendo os efeitos do que descrevi acima, resultantes das mesmas atitudes tomadas em anos passados. O PIB gaúcho vem decrescendo com o tempo, e já estamos para ser ultrapassados na geração de riqueza por estados como o Paraná.
É um resultado perfeitamente lógico. Professores mais preocupados em doutrinar politicamente os alunos e que sempre estão realizando greves por novos aumentos de salário, prejudicando o ensino, produzem alunos piores, pois o ensino fica precarizado. Estes alunos se tornarão profissionais menos capacitados, e uma força de trabalho menos qualificado produzirá um PIB menor, o que resultará em uma receita tributária inferior, impedindo que os salários dos professores (e funcionários públicos em geral) pagos com esta receita, sejam majorados de forma mais generosa.
Simples assim. Mas dadas as condições atuais e o tempo que uma mudança de atitude por parte dos professores levaria para fazer efeito no mercado de trabalho, o que nos sobra é uma total falta de perspectiva a curto e médio prazo. E uma decadência certa.
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