James M. Dressler
11/12/2017 | Até Quanto?
Passados apenas quatro meses desde a última grande queda na cotação, o Bitcoin saltou de R$ 5.000,00 para quase R$ 50.000,00 (e chegou a passar disso!), num salto excepcional de quase 900% de valorização. Mas até quanto pode ir a cotação do Bitcoin?
Na realidade, ninguém sabe. O Bitcoin tem um número limitado de unidades, que no máximo chegarão a 21 milhões. Atualmente existem em circulação pouco menos de 17 milhões de Bitcoins, número que irá crescendo através da mineração digital até atingir o limite máximo de 21 milhões lá por 2040. Essa oferta limitada de Bitcoins certamente ajuda a subida da cotação da criptomoeda, mas não a explica completamente. Afinal, a oferta limitada é de Bitcoins, mas há outras criptomoedas que concorrem pela preferência dos investidores, e cada uma delas também uma quantidade enorme (algumas finitas e outras sem limite de emissão) à disposição para compra e venda pelos investidores.
O que realmente dá uma vantagem competitiva ao Bitcoin atualmente é a marca, é o fato de ter sido a primeira, a mais conhecida, e que já está aí há oito anos, passando um grau de confiabilidade e alguma segurança que outras criptomoedas ainda não têm. E também é a que tem mais corretoras negociando, justamente por estes mesmos motivos, o que acaba lhe conferindo mais liquidez. Numa curva exponencial de aceitação, quanto mais progredimos nesta curva, a aceitação cresce num ritmo avassalador. Outras criptomoedas estão ainda na parte da curva em que o crescimento de adeptos é linear, e muitas nunca passarão disso, o que dá ainda mais vantagem ao Bitcoin. As pessoas tendem a acreditar que valorizações passadas implicam em valorizações futuras e, de certo modo, isso tem acontecido com o Bitcoin.
Para manter as altas, o Bitcoin tem a seu favor que o órgão regulador americano CFTC (Comissão de Negociação de Futuros de Commodities) autorizou a CME (Chicago Mercantile Exchange), a Bolsa de Chicago, e a CFE (CBOE Futures Exchange) a negociarem contratos futuros da criptomoeda. As negociações começam nesta semana CFE (dia 10/12) e na próxima semana (18/12) na CME. A expectativa é que dinheiro de investidores institucionais entre com força no mercado de bitcoin, fazendo o preço subir ainda mais. Reparem que grifei que é uma expectativa... E expectativas sempre podem ter uma reversão.
Vai subir mais? Há uma boa possibilidade no curto prazo, principalmente depois da correção na cotação nesta última semana, quando o preço despencou de R$ 55.000 mil para R$ 45.000,00. Correções desta magnitude são relativamente comuns para o Bitcoin e criptomoedas em geral, diga-se de passagem.
Deve subir novamente, mas mais que isso eu não arrisco. Os mais otimistas falem em uma cotação de US$ 100 mil ao final de 2018 (atualmente está em torno de US$ 15 mil), o que acho otimista demais. Independentemente disso, repito sempre que a melhor estratégia é investir o que você aceita perder, algo em torno de 1% do que tem no banco investido em fundos DI ou Tesouro Direto, e assim que tiver tido uma boa valorização, digamos de 50% para cima (bem possível de acontecer com o Bitcoin), vender o necessário em Bitcoins para recuperar o dinheiro inicial investido, e manter o resto esperando valorizações futuras. Por exemplo, se você investir R$ 2.000 comprando 0,04 BTC (considerando o BTC cotado a R$ 50.000,00), quando a cotação atingir R$ 75.000,00, você vende 0,027 BTC ficando com 0,013 BTC. A venda de 0,027 BTC deve render um pouco mais que o capital inicial investido, R$ 2.000 (0,027 x 75.000 = 2.025). Você preserva o investimento inicial e passa a arriscar só o “lucro” que teve (os 0,013 BTC restantes). Assim, se a criptomoeda tiver forte desvalorização, não terá perdido nada, mas se valorizar, você terá muito a ganhar. Mesmo assim, há muito risco, pois a desvalorização pode acontecer antes que você retire o capital inicialmente investido. Por isso é importante ter sempre em mente de investir apenas o que pode ser perdido sem afetar sua vida financeira e sem afetar a sua saúde. Se você é do tipo ansioso ou preocupado demais, melhor ficar de fora, porque a volatilidade da cotação é grande, podendo variar 20% para mais ou para menos no mesmo dia.
No mais, há muita expectativa pela semana que se inicia entre os entusiastas do Bitcoin. A tecnologia disruptiva do Blockchain, que é a infraestrutura digital por onde circulam os bitcoins, será posta à prova mais uma vez, e a criptomoeda mais famosa terá seu batismo de fogo. Hora de acompanhar com atenção a cotação dela e das concorrentes mais diretas, Ethereum e Bitcoin Cash e observar que efeito a exposição do Bitcoin aos grandes investidores terá sobre as “irmãs” mais novas.
Esta semana e a próxima prometem fortes emoções no mundo das criptomoedas.
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