James M. Dressler
15/02/2017 | Espírito Santo
Não vou dizer que a greve branca da Polícia Militar do Espírito Santo é uma surpresa. Esta afronta à ordem militar já vinha se desenhando há alguns anos, em diversos estados da federação, incluindo o Rio Grande do Sul. A ideologização e a ideia que todo mundo tem direito a tudo, incluindo aqueles que juraram defender a lei e a ordem e que tem na Constituição vedado o direito de greve, se sobrepuseram à disciplina com o passar dos anos.
O que vemos no Espírito Santo é algo digno de uma chanchada. Pacíficas donas de casa e seus filhos impedem aqueles que deveriam lidar com perigosos bandidos de saírem de seus batalhões para policiar as ruas capixabas. E dizem os valentes policiais que não há como retirar tal obstáculo, portanto permanecem aquartelados. Se acreditarmos nessa encenação, que diferença fariam eles frente à bandidagem que toma conta das ruas? Evidentemente, isso é apenas uma desculpa, um biombo (como diria certo ex-governador) para esconder a realidade cristalina de que a polícia militar está fazendo uma greve, que é proibida expressamente na Constituição Brasileira.
O governo federal já autorizou a ajuda do Exército Brasileiro para fazer a segurança dos capixabas, e as tropas com seus veículos já chegaram ao estado. A primeira pergunta que surge na cabeça das pessoas é por que o Exército não remove os familiares que impedem a saída dos policiais militares para as ruas? Não é difícil perceber que, se o Exército se aproximasse de um quartel da Polícia Militar, os aquartelados sairiam imediatamente para defender os familiares. Para evitar um confronto, as tropas do Exército recuariam, e os policiais voltariam para dentro do quartel, afinal, se resolvessem então para sair e policiar as ruas, aproveitando a oportunidade, na volta provavelmente levariam puxões de orelha e quem sabe umas palmadas por tamanha “audácia”.
Some-se a esta desordem, o que vemos no Rio de Janeiro, com as “manifestações” contra os projetos de ajuste fiscal em votação na Assembleia Legislativa Fluminense, semelhantes, mas mais intensas de outras que já haviam acontecido (e acontecerão de novo) por motivo idêntico em Porto Alegre. E poderíamos voltar mais no tempo, relembrando outros enfrentamentos de “manifestantes” com as polícias militares na última década. O que se observa é a completa perda de respeito de boa parte da população, notadamente a de esquerda, pela Polícia Militar. Este dano se estenderá por um longo prazo e não sei se poderá ser revertido.
A infiltração do ideário esquerdista na corporação, por todo país, vem subvertendo a ordem, promovendo a indisciplina, que é suportada por esta parte da população que é a mesma que quer desmilitarizar a Polícia Militar. Imagine, num país violento como o nosso, se o policial militar já é um alvo de bandidos mesmo estando armado, que dirá desarmado. É evidente que quem quer isso tem por objetivo último acabar com a polícia e instaurar o caos. São aqueles grupos políticos corridos do poder, que apostam na desestabilização das ruas para retomá-lo. Não tenho a menor dúvida de que estão por trás também da organização destes movimentos grevistas de militares incautos, que são apenas massa de manobra. Não é mero acaso que Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, onde têm acontecido as maiores badernas do ano passado para cá, sejam governados pelo partido que comanda o governo federal. E Minas Gerais, que tem problemas tão sérios quanto os outros, por que nada acontece por lá? Tirem suas próprias conclusões.
Neste momento, vendo o sucesso que seus colegas capixabas estão tendo em seu movimento, chantageando o governo e a população sem que sofram qualquer punição efetiva (não duvido que recebam os dias parados!), é fácil perceber que a tendência é a do movimento se espalhar por outros estados da federação. Aguardemos os desdobramentos daqui para frente. Espero que não aconteça.
De qualquer forma a população segue acuada, desarmada que foi na década passada. Para quem não sabia ou não entendia a quem interessava o desarmamento, talvez tenha ficado claro agora.
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