James M. Dressler
18/12/2014 | A Lógica Capitalista
Estava um dia destes vendo os sites de novidades tecnológicas, quando me deparei com um lançamento de uma marca líder em TVs, um novo modelo que tem uma tela curva de 105 polegadas. Linda TV, maravilhosa, mas no fim da página havia também o preço da peça: R$ 299.999,00. Pensei comigo: vou pedir duas!
Brincadeiras à parte, me lembrei de quinze anos atrás, quando estava em São Paulo, passeando num shopping e encontrei exposta numa vitrine uma bela TV de plasma de 42 polegadas, lançamento da época, um tamanho que eu achava enorme, um verdadeiro cinema em casa, imagem incrível, etc. Na época ainda não havia o sistema de TV aberta digital, o disponível era o velho sistema analógico, que era o que o a TV exibia na vitrine. Mesmo assim a imagem parecia ótima! O problema era aquela etiqueta de preço: R$ 40.000,00! Dava para comprar dois carros 1.0 na época!
Passados oito anos, eu mesmo comprei a minha TV de tela plana, já havia o sistema de TV digital brasileiro, e eu me aventurei a comprar uma TV LCD Full HD de 46 polegadas. Preço da época: R$ 4.500,00, quase um décimo daquela primeira TV que vi exposta em São Paulo, só que maior, Full HD e com muito mais recursos que aquela que me deixou extasiado há menos de uma década. Hoje, minha TV querida já parece coisa de museu: já temos a TV LED, com imagem muito melhor, muito mais fina, que consome muito menos energia e com muito mais recursos. É a chamada Smart TV. Fiz uma pesquisa rápida hoje e há modelos com tudo isso por R$ 1.750,00, um terço do preço que eu paguei pela minha há seis anos, e se considerarmos a inflação do período, pouco mais de 20% daquele valor!
A mesma evolução dos produtos e queda dos preços podemos ver nos smartphones, talvez de forma ainda mais acelerada. Modelos ainda muito funcionais e úteis, que há um ano custavam R$ 1.500,00, hoje podem ser encontrados pela metade do preço. Se formos trocar de modelo na mesma faixa de preço, o que se compra hoje é muito superior ao modelo anterior, lançado há menos de dois anos.
Mas o que está por trás desse fenômeno? É a lógica capitalista. Todo produto tem um custo de desenvolvimento, muitas vezes alto, e que é amortizado nos primeiros anos de vida do produto no mercado. Neste período, aqueles que quiserem experimentar a novidade ou aproveitar o diferencial que a nova tecnologia pode oferecer, pagarão um preço maior. À medida que o produto ganha mercado e escala de produção, o preço cai, as vendas aumentam, e se for um sucesso, a disseminação da tecnologia e o surgimento de novos concorrentes obrigarão os produtores a aperfeiçoá-lo e reduzir preços. É exatamente o que acontece com as TVs, smartphones e outros produtos que utilizamos ou consumimos no nosso dia-a-dia.
E há quem queira derrubar o Capitalismo e o livre-mercado para colocar em seu lugar uma economia estatizada e centralizada, que onde quer que tenha sido implantada, só produziu atraso, poluição e escassez. Quem viu a Alemanha Oriental depois da queda do Muro de Berlim, sabe bem o que estou falando. Ou quem vive na Venezuela de hoje, o país das prateleiras vazias e do “socialismo do século XXI”.
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