James M. Dressler
13/04/2016 | Tesla Motors e a Inovação
No final do mês passado, a Tesla Motors lançou seu novo veículo, o Tesla Model 3, destinado a um público de poder aquisitivo mais baixo que seus modelos anteriores, custando em torno de US$ 35.000,00, e fez tremer a indústria automobilística mundial. O que antes parecia impossível, uma empresa novata desafiar as centenárias e grandes corporações mundiais fabricantes de automóveis, começava a se tornar realidade.
O mito da competição sempre foi um argumento dos que criticam o Capitalismo, que diziam justamente que nem sempre há competição no mercado capitalista, pois há determinados nichos em que os investimentos para se tornar um “player” são tão elevados, que a competição inexiste, não ao menos no sentido de proporcionar novos “players”, mas apenas mantendo os mesmos de sempre num jogo de cartas (eventualmente) marcadas.
Embora até concorde que isso possa acontecer, nada impede que seja diferente, desde que haja liberdade para o surgimento de novos “players” e que o estado não faça (como gosta muito de fazer) intervenções no mercado, seja ajudando empresas que fracassaram (em nome da “preservação de empregos”, que na realidade na maioria das vezes só preserva empresas ineficientes e atrasa a inovação), seja criando barreiras para o surgimento de novas empresas, muitas vezes pela extrema burocracia que lhes impõe, num conluio entre estado e empresas já existentes. Em um ambiente econômico que seja fácil criar novas empresas, aquelas já estabelecidas só se mantêm se forem competentes o suficiente para sempre satisfazerem seus clientes.
Apesar de ajudas extemporâneas a empresas em dificuldades terem acontecido eventualmente nos Estados Unidos (infelizmente), como as ajudas dadas ao governo americano à General Motors e Chrysler, ainda assim o empresário Elon Musk conseguiu fazer da Tesla uma empresa automobilística de respeito não só nos Estados Unidos, mas agora já em escala mundial. Imaginem o quanto o mercado automobilístico poderia ter avançado em termos de inovação se o governo interferisse menos e deixasse que as empresas se reorganizassem sozinhas. Talvez hoje parte da antiga GM estivesse sob o controle de Musk, já produzindo uma quantidade enorme de carros elétricos a um custo muito menor, talvez empregando até mais gente.
Mas, apesar de tudo, como Elon Musk chegou tão longe? De uma certa forma, foi simples. Ele criou um bom produto e soube produzi-lo. No início da década passada, começando com protótipos elétricos criados em cima de carros à gasolina já existentes, fez sua prova de conceito e convenceu investidores a apostar na companhia. E criou então o Tesla Model S, que passou a comercializar a partir de 2012 com bastante sucesso, apesar de ser um carro de luxo ainda bastante caro para o consumidor de classe média. Mas Musk demonstrou cabalmente que sim, poderia produzir um carro de alta qualidade, do nível das melhores empresas automobilísticas do mundo e a um preço competitivo. E a empresa vem crescendo desde então, surpreendendo o mercado com seus produtos.
O que o caso da Tesla Motors deixa claro é que quando há competência e há um livre mercado em que todos possam competir com interferência mínima do estado (apenas regulando, mas jamais salvando ou ajudando empresas específicas ou mesmo um setor como um todo), tanto melhor para a inovação. Quanto mais houver conexão direta entre empresas e consumidores, sem protecionismos, de forma que só sobrevivam aquelas empresas que melhor atendam seus clientes, mais rápido o desenvolvimento do mercado e das tecnologias envolvidas, resultando em ganho maior para quem produz e para quem consome.
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