James M. Dressler
18/05/2016 | Na Mira
Passada a admissão do impeachment de Dilma Rousseff, entramos agora na fase em que ela será julgada em definitivo pelo Senado, no máximo em até 180 dias. Temer já assumiu a presidência e aponta a nau brasileira na direção correta, de corte de despesas e reequilíbrio fiscal. Mas o que o PT fará agora? Em que centrará sua artilharia?
Nem bem passaram vinte e quatro horas da posse de Temer e já tivemos uma pequena amostra do que estará na mira do PT até as eleições de 2018. Começamos com a ridícula alegação de que não há mulheres entre os ministros escolhidos por Temer. Como se o sexo determinasse competência, ou como se mulheres não houvessem sido convidadas e não tivessem aceitado. Ora, pouco importa qual o sexo do ministro, importam são os resultados que ele trará para a pasta que ocupa. Importa é que 15 ministérios foram extintos, reduzindo a inchada máquina estatal.
Não tenho dúvidas que, anunciadas as primeiras medidas do governo Temer, e já teremos aquelas críticas populistas que o PT fazia antes de ser governo, que Lula mesmo já disse que fazia sem medir as consequências, sabendo que eram medidas necessárias, mas que ganharia votos criticando-as. E para corrigir o rumo, depois de 14 anos de desmandos petistas, medidas duras e impactantes terão que ser tomadas, a começar pela previdência.
O fato é que não é mais possível, independentemente da atividade, de risco ou não, que pessoas se aposentem com apenas 25 anos de serviço. Ou seja, se a pessoa começa a trabalhar aos 18 anos, aos 43 anos estará aposentada. Não há sistema previdenciário que resista a isto, num país onde a expectativa média de vida é de 73 anos. E tende a aumentar para 83 anos até 2040. Lembrem-se sempre que, quem começa a trabalhar hoje aos 18 anos, e que poderá se aposentar com 25 anos de serviço, estará se aposentando em 2040 aos 43 anos, com uma expectativa de vida até os 83 anos, ou seja, recebendo aposentadoria por 40 anos! Não, isso não tem cabimento, nem mesmo para quem se aposentar com 35 anos de serviço! Precisamos urgentemente estabelecer para já a idade mínima de aposentadoria aos 65 anos, uma regra de transição progressiva para os que já estão na ativa, e uma regra que aumente esta idade mínima, à medida que a expectativa média de vida aumente.
Mas não tenham dúvidas. O PT está só esperando a reforma da Previdência ser anunciada para metralhá-la, usando todo seu arsenal. Dirá que um “governo ilegítimo” está “retirando direitos dos trabalhadores” e por aí vai. Como se houvesse alguma alternativa, como chover dinheiro para pagar aposentadorias. Dirão que os lucros dos banqueiros são muito altos, fazendo de conta que não foi justamente nos últimos 14 anos que os bancos mais lucraram. Ora, o lucro dos bancos em si não tem nada de ruim, bancos apenas têm dezenas de milhões de clientes, e obviamente, em termos absolutos, terão grandes lucros, mas se olharmos em termos de lucro por cliente, têm lucros muito semelhantes a qualquer outro negócio.
Também estarão na mira do PT os possíveis candidatos à Presidência em 2018, principalmente Alckmin e Aécio. Aliás, eles já são alvos há um bom tempo. Alckmin segue sendo bombardeado por greves e invasões (precisamos usar o nome certo, não é “ocupação”) de escolas (por causa de merenda) orquestradas em São Paulo, que não acontecem, por exemplo, em escolas de outros estados com problemas semelhantes, ou em escolas federais que nem merenda oferecem. Aécio segue citado por delatores da lava-jato ligados ao PT, que volta e meia dizem que “ouviram dizer que...”, sem apresentar prova alguma. Mas tenho certeza que as ações centradas em desconstruir ambos serão intensificadas daqui por diante. E não tenho dúvida que o mesmo acontecerá em outros estados em que o PT não é governo. A greve já anunciada pelo CPERS aqui no Rio Grande do Sul faz parte deste movimento.
De qualquer forma, todas as medidas de ajuste fiscal que o governo Temer tomar, serão criticadas e demonizadas pelo PT, independentemente quão necessárias ou corretas sejam. Dirá que a Previdência é superavitária (déficit de R$ 160 bilhões em 2016, se considerarmos apenas as contribuições de patrões e empregados, e descontados a meia dúzia de impostos e contribuições que incidem sobre todos os produtos e serviços que consumimos, criados para tapar tal rombo), entre outras bravatas de sempre. Como diz o cientista político Thomas Sowell, quando o povo deseja coisas impossíveis, somente políticos mentirosos poderão atendê-lo. Vimos isso funcionar no seu apogeu nos últimos 14 anos.
O resultado de atender o impossível, já sabemos: é o desastre econômico brasileiro que estamos vendo, o maior da nossa história. Chegou a hora de parar de mentir e fazer apenas o possível. Só assim retomaremos o caminho da prosperidade.
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