James M. Dressler
25/05/2016 | Republicanos, Democratas e Racismo
Baseado no que você vê atualmente na TV, ouve nos rádios, lê nos jornais ou sites de informação sobre as eleições americanas, que partido você imagina que sempre lutou pelo fim do racismo nos Estados Unidos? Aposto que a maioria responderia que sempre foram os democratas. Mas e a História, será que confirma essa presunção?
Na verdade, não. Como se costuma dizer, muito antes pelo contrário! Depois da Guerra Civil Americana, foram os republicanos que propuseram e aprovaram a décima terceira emenda, libertando os escravos; a décima quarta emenda, dando-lhes a cidadania; e a décima quinta emenda, dando-lhes o direito ao voto. Foram os governos federais sob o comando dos republicanos que enviaram tropas federais ao Sul (dominado por democratas) para garantir tais direitos aos escravos libertos. Até a detestável Ku Klux Klan foi originalmente formada para ser um grupo terrorista de ataque aos republicanos, quando foram ao sul democrata, depois da guerra civil, para garantir a igualdade para os escravos recém-libertos.
Foram os republicanos, desde a Guerra Civil Americana até que toda a discriminação contra afrodescendentes fosse eliminada por lei, que lutaram contra os democratas pela aprovação de leis antirracistas e antissegregacionistas. Os democratas sempre fizeram de tudo para bloqueá-las, impedir as aprovações. E em muitas vezes, uma vez que democratas chegassem ao poder, principalmente no sul dos Estados Unidos, voltavam a impor a segregação aos negros, com as famosas “Leis Jim Crow”, propostas pelo democrata que lhes dá nome, que instituíam a nefasta ideia de “separados, mas iguais”. Em 1913, o presidente democrata Woodrow Wilson inclusive instituiu a segregação na capital Washington, trazendo Jim Crow para sua equipe. Wilson demitiu sumariamente oficiais negros de seus postos federais, dizendo que a segregação era necessária e nada tinha de humilhação. E no congresso, os democratas deram total suporte a estas medidas, sob o protesto dos representantes republicanos.
Em 1948, coube ao presidente republicano Eisenhower acabar com a segregação nas forças militares, além de nomear diversos negros para importantes postos da administração federal. Em 1960, na votação do Ato Civil Americano do mesmo ano, que instituía inspeção federal em locais de votação para garantir que não houvesse segregacionismo (como havia no sul), a votação no Congresso foi de 71 a 18, e adivinhem, os 18 votos contra foram todos de congressistas do Partido Democrata.
Richard Nixon, tidos por muitos por aqui como uma criatura nefasta, foi um dos grandes defensores dos direitos dos negros e pelo fim da discriminação e segregação. Fez um grande trabalho para aprovar o Ato Civil Americano de 1957, que garantia (novamente) o direito de todo americano ao voto, que regulamentações por estados e municípios do sul haviam cassado dos negros. Em 1969, no seu primeiro ano de mandato como presidente, Nixon acabou com a segregação nas escolas americanas, coisa que seus antecessores, todos democratas (incluindo JFK), haviam se negado a fazer. Nixon também inaugurou as cotas americanas para negros como, por exemplo, na construção civil, obrigando as empreiteiras a contratá-los, já que havia resistência no setor.
A insanidade democrata chegou até o século XXI. Charles Pickering foi um promotor que perseguiu a Ku Klux Klan nos anos 60, que de tão ameaçado, teve que ser protegido 24h pelo FBI. Quando o presidente George W. Bush o nomeou para a Quinta Corte de Apelações da Justiça, os democratas foram contra, dizendo justamente que ele era contra os direitos humanos! Os democratas não aceitavam sua posição contrária ao aborto, e por isso negaram a promoção a um homem que havia arriscado a própria vida para derrubar a Ku Klux Klan!
Você pode estar se perguntando: mas quando houve a reviravolta, que introjetou em todos nós a ideia de que democratas são os grandes defensores das causas sociais e republicanos os grandes discriminadores? Isso aconteceu a partir de 1964, por um simples motivo: graças às políticas desenvolvidas e aprovadas por republicanos, o voto da população negra passou a ser significativo em termos numéricos, podendo decidir uma eleição. Quando se deram conta disso, que não poderiam mais vencer eleições sem estes votos, os democratas mudaram de lado e passaram a apoiar o movimento negro. E claro, com o passar do tempo, passaram a chamar os republicanos de “racistas”. Quanta ironia. Como já dizia Lênin, “acuse-os do que você é, acuse-os do que você faz”.
Adicione um pouco de marxismo cultural e de gramscismo a isto, e você vai entender como uma coisa se transformou no seu oposto, e compreenderá que tanto aqui, no Brasil, como lá, nos Estados Unidos, a esquerda tem apenas um projeto de poder, e farão o que for necessário para alcançá-lo e mantê-lo. No meio do caminho, vai fazendo suas vítimas. A verdade costuma ser a primeira delas.
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