James M. Dressler
21/12/2016 | Igualitarismo
Se existe algo que está na cabeça de muitas pessoas hoje é o tal igualitarismo, aquela noção de que é preciso haver igualdade a qualquer custo, de que todas as pessoas merecem a igualdade, mas não apenas a igualdade de ponto de partida, mas principalmente de atingir a “linha de chegada” ao mesmo tempo em que os demais.
O problema desta ideia é que ela não encontra abrigo na realidade. As pessoas não nascem nem em condições iguais, e muito menos são iguais em potenciais e habilidades natas. Sim! Existem habilidades natas, em maior ou menor grau, com as quais todos já nascemos. Costumo dizer que o sucesso na vida começa ao se descobrir que habilidades são estas e conjugá-las com aquilo que você gosta de fazer. Quando você consegue combinar as duas coisas, o sucesso é garantido.
Claro que considero ótimo que a sociedade organizada, através do Estado, procure proporcionar as condições mínimas, para que todos, independentemente de classe social, possam aprender e desenvolver suas potencialidades. Mas isso jamais resultará naquela igualdade de resultados que muitos almejam, e pior que isso, querem forçar como objetivo final.
É estranho quando nós mesmos temos facilidade para alguma coisa, e às vezes somos colocados em alguma situação com alguém que não tem esta mesma capacidade. Já estive dos dois lados, e me lembro da dificuldade que é para eu tentar tocar algum instrumento musical, como uma guitarra. Até acho que conseguiria, depois de muito treino e insistência, ser um guitarrista bem medíocre. Por outro lado, tenho um irmão e amigos que tocam o instrumento com uma facilidade espantosa. Fico espantando como conseguem fazê-lo... Eles me olham e me dizem, é só fazer “assim”, e o “assim” é parece tão complicado! E se você for procurar no YouTube, vai encontrar gênios de todas as idades fazendo de tudo, de tocar guitarra a escalar paredes, com uma facilidade que espanta a qualquer um reles normal.
Então, não adianta querer forçar a igualdade. O melhor sistema é aquele que permite às pessoas naturalmente encontrarem suas habilidades naturais e desenvolvê-las, de acordo com suas vocações. E obviamente, aqueles que já têm alguma propensão natural se destacarão muito acima dos outros, e não há nada de errado nisso. A alternativa a este modelo é reduzir a todos ao menor denominador comum, nivelar por baixo para que ninguém se sinta frustrado com suas incapacidades. Evidentemente, se isto acontece, perde a sociedade, porque a maioria das pessoas acabará também aquém de seus potenciais e o desenvolvimento da sociedade será infinitamente maior. É só prestar atenção a qualquer país onde o socialismo tenha sido imposto. Um sistema que permita a liberdade para que todos encontrem o seu caminho é apenas a decorrência natural que conduz ao melhor resultado para todos nós.
Por tudo isso, sou contra o igualitarismo. Acredito que o sistema que proporciona, como o nosso, um patamar mínimo de igualdade para o início da preparação para a vida profissional é o mais adequado, através de um sistema educacional gratuito e universal. O que falta ao nosso sistema é qualidade, por uma série de motivos, mas isso é papo para outra hora.
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