James M. Dressler
17/09/2018 | Taxação Sobre As Grandes Fortunas
Em brilhante artigo (*) na Folha de São Paulo na semana passada, Alexandre Schwartsman desmantela a proposta do candidato petista à presidência, de resolver o déficit primário taxando em 1% as grandes fortunas de alguns brasileiros.
Utilizando apenas a lógica e a aritmética, Schwartsman demonstra que a solução petista não cobriria nem 10% do valor necessário para cobrir o déficit. A questão que fica é: não teriam os teóricos econômicos do PT capacidade de fazer contas simples envolvendo as quatro operações?
É claro que eles têm! Eles sabem exatamente que os valores arrecadados seriam insuficientes. O importante da proposta, para os petistas, é o que chamo de “abrir a porteira”. Ou seja, introjetar no subconsciente do brasileiro que é legítimo tomar o que é dos outros, baseados simplesmente na lógica de que o sujeito tem muito, “mais do que precisa”, e/ou que ele sobreviverá sem o que lhe foi tomado. Embora eu não ache que preservar o “hospedeiro” seja exatamente uma preocupação desta turma, deixa sempre aberta possibilidade de repetir a tungada no futuro, quem sabe maior que a primeira.
Eu comentava justamente sobre este assunto com familiares, alguns dias antes de ler o artigo de Schwartsman. Que o arrecadado com a tal taxação de grandes fortunas só espantaria os mais ricos do país, e mesmo que os proibissem de sair do país, nem tomando todo o dinheiro que eles têm resolveria nossos problemas com as contas públicas, e que mais cedo ou mais tarde seria necessário então atacar gente bem menos rica, de classe média. Bingo! Schwartsman demonstra cabalmente que acabariam na alça de mira petista gente que ganha até R$ 11 mil e tem um apartamento de classe média na faixa dos R$ 450 mil reais.
Os partidos de esquerda são notórios em apresentar propostas fáceis de entender, imediatistas e erradas, nada mais do que falácias. É a velha tática das soluções simplórias para problemas complexos, que invariavelmente resultam em desastres absolutos, basta olhar para nossa vizinha Venezuela ou para o espelho, para lembrarmos-nos da maior crise econômica em nossa história, que gerou 13 milhões de desempregados. As sequelas que ela já deixou levarão muitos anos para superarmos.
Estamos a menos de um mês das eleições, é hora de ficarmos atentos com este tipo de embuste, pois nenhum país do mundo progrediu sem um ajuste nas despesas e facilidade de geração de empregos, aliadas a menos burocracia e a uma carga tributária racional, que não sufoque nem o indivíduo, nem as empresas.
Muita atenção e critério nesta hora!
(*) https://www1.folha.uol.com.br/colunas/alexandreschwartsman/2018/09/aritmetica-para-iniciantes.shtml
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