James M. Dressler
25/09/2017 | Parcelamento Estratégico
E segue o parcelamento de salários do funcionalismo pelo Brasil, que antes era um “privilégio” dos estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, chegando agora a Minas Gerais e a algumas prefeituras, como a nossa Porto Alegre.
O que mais me espanta neste imbróglio todo é a resistência de certos setores a qualquer medida de austeridade ou alguma reforma na estrutura administrativa pública, de forma a aliviar custos e desafogar o caixa dos governos. O funcionalismo gosta muito de protestar contra os parcelamentos, e com justa razão, afinal ninguém gostaria de ter seu salário parcelado. Entretanto, quando chega a hora de eliminar estruturas obsoletas, racionalizar custos, eliminar ganhos abusivos de quem jamais contribuiu para auferi-los, parece preferir ser solidário aos colegas prejudicados, mesmo que a custo do contribuinte, já asfixiado por uma das maiores cargas tributárias do mundo. Este parece não merecer solidariedade alguma.
E seguem-se as greves, os protestos, as acusações contra os governadores e prefeitos do momento, esquecendo-se de todos os anteriores, principalmente aqueles que claramente gastaram mais do que podiam ou deixaram dívidas a serem pagas (os números são públicos). Reclama-se que só o poder executivo recebe parcelado, mas quando se propôs que os demais poderes também recebessem da mesma forma, os partidos mais identificados com o funcionalismo votaram maciçamente contra a proposta, e ainda foram acobertados pelos sindicatos que representam as diversas categorias do funcionalismo.
O Rio de Janeiro parece ter encaminhado a solução de seus problemas, através de um acordo com o governo federal, possível depois que a assembleia legislativa estadual aprovou projetos que permitiram enquadrar o estado dentro dos parâmetros exigidos para a renegociação da dívida. Já o Rio Grande do Sul vacila. Sartori encaminhou os projetos para a assembleia, mas os deputados boicotaram o governo e mais uma vez nada aprovaram. E à medida que o tempo passa, mais se agrava a situação gaúcha, afinal novos aumentos de salários, já acertados no governo anterior, passam a vigorar. Mais funcionários se aposentam e novos têm que ser contratados, há o crescimento da folha vegetativa, e por aí vai. O resultado é parcelamentos mais severos, com parcelas cada vez menores e cada vez mais espaçadas, até que chegará em breve o ponto em que virará o mês sem que o anterior tenha sido pago, “acavalando” duas folhas de pagamento. Talvez seja este “evento” que a oposição a Sartori procura causar, para marcar o atual governador “na paleta” e fuzilar suas eventuais chances de buscar uma reeleição em 2018.
Parabéns! Até agora a oposição vai muito bem em sua estratégia. O funcionalismo, nem tanto, e o contribuinte, que mantém esta máquina toda funcionando, muito menos.
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