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James M. Dressler
03/09/2018 | Sem Futuro
E na semana passada saíram os dados do SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica) de 2017 com resultados assustadores, mas que não surpreendem. Resultam das avaliações, aplicadas a cada dois anos, para medir o nível de aprendizagem dos alunos em Português e Matemática, ao final de cada ciclo de aprendizagem: no 5º e 9º anos do ensino fundamental e no 3º ano do ensino médio. Os níveis de proficiência vão de zero a nove.
Ficamos sabendo que ao final do nível médio (!), em Matemática, 71,67% dos alunos têm nível menor ou igual a três de aprendizado. Desses, 23% estão no nível zero, o mais baixo da escala. Em Português, 70,88% dos alunos têm nível menor ou igual a três de aprendizado, sendo que 23,9% estão no nível zero.
Traduzindo isso em uma linguagem mais clara, em termos de linguagem, a maioria dos estudantes de nível médio (!) brasileiros não consegue localizar informações explícitas em artigos de opinião ou em resumos, por exemplo. Em termos de Matemática, a maioria dos estudantes não é capaz de resolver problemas com operações fundamentais (adição, subtração, divisão, multiplicação) com números naturais (0, 1, 2, ...). Nem estamos falando de frações ou números com decimais!
Posso falar da minha experiência, mas eu fiz o nível fundamental e médio na década de 70, e com certeza, lá pela sexta série, eu já dominava completamente esses conhecimentos de Matemática, incluindo frações, e acho que até mais do que isso. Nível médio era para coisa bem mais avançada que essas coisas de nível primário. Eu estudava em escola pública estadual de Porto Alegre. O mesmo posso dizer do Português: interpretação de texto, regência verbal, nominal, a gente já sabia tudo antes de terminar o nível básico.
A que ponto chegamos na involução da nossa educação! Muita ideologia, muitas greves, muitas reivindicações sem apresentar primeiro os resultados para justificar o seu atendimento, enfim, muita coisa errada no nosso sistema educacional só poderia ter dado no que deu. E agora, para recuperarmos e voltarmos a ter um mínimo de resultado do dinheiro investido na educação, vai ser um parto. Enquanto isso, os países desenvolvidos e em desenvolvimento (mas que são sérios) nadam de braçada.
E cabe sempre lembrar que, enquanto investimos 5% do nosso pequeno PIB em educação, países como os EUA investem 5% do maior PIB do mundo na sua. Não é à toa que o abismo entre um e outro só aumente.
O Brasil tem futuro?
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