James M. Dressler
18/11/2015 | Terror
E mais uma vez ficamos estarrecidos por uma série de atentados terroristas, orquestrados em apenas uma noite em Paris, já assumidos pelo Estado Islâmico (ISIS). Nas últimas semanas, seguem-se à derrubada do avião russo e ao atentado no Líbano. Definitiva e infelizmente, o terrorismo islâmico é uma praga que veio para ficar por um bom tempo. O terror já entrou na nossa rotina.
A situação na Europa e particularmente na França torna-se dramática. Em meio a uma crise imigratória e uma pressão internacional pelo acolhimento incondicional e indiscriminado de imigrantes muçulmanos, os terroristas se aproveitam da situação para perpetrar novos ataques. O crescimento da circulação de muçulmanos na Europa, mesmo sendo as pessoas mais pacíficas do mundo, ajuda a camuflar e tornar indetectáveis terroristas que se infiltrem, já residam ou mesmo tenham nacionalidade francesa. Sim, até isso é possível: franceses islâmicos, cativados pelo “fascínio” do ISIS, podem se tornar radicais e participar e até organizar atentados. Como impedi-los, mesmo usando inteligência policial, misturados numa população muçulmana que só faz crescer na França? Esse é o problema francês, e explica em grande parte porque a França se tornou um alvo fácil dos terroristas.
O Estado Islâmico alega que seria uma represália à França por estar participando de ataques na Síria, em território “sagrado” do Islã. Ora, não só a França tem participado nestas missões, outros países são protagonistas maiores, como os Estados Unidos. A realidade é que a logística atual facilita muito o ataque à França, mas não a outros países. Não dá para deixar de imaginar que talvez a França tenha se colocado nesta posição por vir tolerando, há muitos anos, coisas como badernas promovidas por jovens muçulmanos, colocando fogo em automóveis nos subúrbios de Paris. Não, não são meia dúzia de carros. Na virada deste ano, mais de mil automóveis foram incendiados por toda a França. Em Paris, foram dezenas. Já era um sinal e tanto que as coisas não iam bem.
Olhando a estratégia por trás destes atentados em Paris, fica claro que o objetivo era atingir o cerne da economia e da vida da cidade, atacando bares, restaurantes, uma casa de espetáculos e um estádio de futebol, que são em essência, o que movimenta a cidade. Alvos escolhidos a dedo para atingir uma meta. Não será fácil a cidade retomar a vida normal. Meta atingida.
A pergunta que fica, em termos macroscópicos, é como combater o Estado Islâmico, que só faz crescer e ganhar adeptos. Não custa lembrar que, infelizmente, ele tem sabido explorar as redes sociais com seus vídeos chocantes e capitalizar em cima de toda forma de radicais e/ou fracassados mundo a fora, como um ímã que captura a todos que culpam à sociedade por seus próprios problemas. A forma como tem sido combatido até agora, apenas usando artilharia aérea e drones, parece não ser suficiente. A coalização de forças ocidentais terá que partir para a ocupação física de espaços hoje em mãos do Estado Islâmico, se quiser derrotá-lo. Caso contrário, sua nefasta presença ostensiva nestas áreas continuará catalisando forças em torno da recriação do califado e outras lendas islâmicas. Acho que não restam outras opções às forças ocidentais a não ser uma resposta enérgica por via terrestre aos terroristas.
Caso tal reação contra o Estado Islâmico ocorra (o que é uma necessidade premente), é bem provável que haja um recrudescimento do terror, mas acredito que de forma desorganizada e desesperada, aquele último brilho antes da chama terrorista se apagar de vez, ou pelo menos por algum tempo, recuar. De qualquer forma, já há um crescimento do terrorismo, não? O que não pode acontecer é não haver uma resposta dura e firme ao Estado Islâmico, ou creio que nos arrependeremos amargamente.
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