James M. Dressler
20/04/2016 | Recomeço
Chegamos no ponto de inflexão da curva de poder de um grupo que tomou conta do país em 2003. Voltado para si próprio e para se manter no poder pelo maior tempo possível, não menos que 20 anos, o PT pintou e bordou durante 12 anos com a contestação de poucos, que sempre que elevaram o tom das críticas, sofreram toda sorte de tentativas de silenciamento. Esta fase acabou neste domingo com a admissão do processo de impeachment pela Câmara dos Deputados.
Mas como já dizia Lincoln, “pode-se enganar a todos por algum tempo; pode-se enganar alguns por todo o tempo; mas não se pode enganar a todos todo o tempo”. E o governo petista acabou caindo pela sua própria ignorância ou desprezo pelos fundamentos econômicos, achando que poderia pedalar a economia indefinidamente sem que isso gerasse efeitos nefastos na saúde econômica do país. De tanto aprontarem, um dia a água furou a pedra e todos perceberam o engodo.
Esperamos agora pela votação no Senado que afastará, teoricamente, Dilma da presidência por 180 dias, muito provavelmente para sempre. A grande maioria da população anseia pela saída da presidente e pela sua substituição por qualquer um que seja, já que é uma avaliação geral de que pior do que está, não pode ficar. E não pode, mesmo. Dilma perdeu completamente a confiança que lhe foi depositada na eleição de 2014, pois além de ter escondido a real situação da economia brasileira, imputou a crise que adviria a seus concorrentes, quando ela mesma, no exato momento da campanha, conduzia o Brasil à maior crise de sua história. Pior ainda, é refém dos movimentos sociais que a apoiam, aos quais já prometeu que jamais fará as reformas que o país precisa.
O Brasil precisa recomeçar, não mais baseado nas ideias que marcaram esta última década: do “nós” contra “eles”, da redistribuição da renda e não da geração da renda, do desprezo pela responsabilidade fiscal. Precisamos voltar às ideias conservadoras e de eficácia comprovada, que conduzem ao crescimento econômico sólido e duradouro.
Alguns princípios básicos que norteiam estas ideias:
- Não é possível tornar os pobres prósperos empobrecendo os ricos;
- Quando uma pessoa recebe sem trabalhar, outra está trabalhando sem receber;
- O governo não pode dar nada a ninguém que não tenha tirado de outros, porque o governo não produz riqueza;
- Não é possível multiplicar a riqueza dividindo-a.
Estamos chegando àquele ponto em que metade da população começa a se dar conta que não precisa trabalhar porque a outra metade vai sustentá-la através da mão do governo redistribuindo renda; e a metade trabalhadora começou a perceber que não vale a pena trabalhar porque não receberá boa parte daquilo que deveria receber, porque o governo está tomando-lhe para dar a outrem. Não é à toa a revolta que vemos nas redes sociais, dos que recebem as prebendas contra os que as pagam. Tal tipo de política instituída de forma permanente inevitavelmente leva a isso.
No final das contas, Dilma será afastada do cargo porque o dinheiro acabou. As pedaladas fiscais, que são os crimes de responsabilidade que embasam o pedido de impeachment, resultam da falta de dinheiro. Elas foram uma manobra para tentar manter as políticas socialistas do governo através de empréstimos disfarçados com os bancos estatais, pois já não havia mais verba suficiente no caixa do governo para fazer os pagamentos. Lembrando Margareth Thatcher, “o socialismo acaba quando acaba o dinheiro dos outros”. Nada mais correto.
Aprovado o impeachment, esperamos um recomeço do Brasil, longe do ranço petista que trata a todos que condenam suas práticas como “elite”; da confusão entre partido, governo e estado, como se fossem uma coisa só; da corrupção sistêmica que assolou o país; da baderna contínua promovida por supostos movimentos sociais, confundindo direito de manifestação com direito a atazanar a vida dos outros. Ninguém tolera mais isso.
A batalha agora é no Senado. Falta pouco. Continuemos mobilizados!
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