James M. Dressler
15/03/2017 | O Fundo do Poço
Dados liberados esta semana pelo IBGE demonstram cabalmente que atingimos o fundo do poço na economia brasileira. Pelo segundo ano consecutivo, tivemos queda no PIB, desta vez de 3,6%, antecedida por uma queda maior, de 3,8% em 2015. Essa sequência, de dois anos seguidos de baixa, só foi verificada no Brasil em 1930 e 1931, na Grande Depressão, sendo que agora foi a primeira vez em que todos os setores da economia se contraíram. O que esperar daqui para frente?
Não é difícil fazer uma previsão. Basta olhar o comportamento da Bolsa de Valores brasileira. Em janeiro de 2016, ela alcançava algo em torno de 38 mil pontos. Este ano, já chegou a alcançar 68 mil pontos. E porque cito isto? Porque a bolsa é sempre um agente que antecipa o comportamento futuro da economia, os agentes econômicos que lá operam estão analisando como a economia se comportará logo mais adiante, e investem ou desinvestem de acordo com suas expectativas. Então, eu tenho alguma confiança que o pior já passou.
Concordam comigo os representantes dos principais bancos brasileiros, que têm emitido opiniões favoráveis ao comportamento de nossa economia já em 2017, com um crescimento discreto, e com uma melhora substancial em 2018. Não há ainda um entusiasmo, mas os sinais são bons, a partir da aprovação da PEC do teto, e a apresentação da reforma da Previdência ao Congresso. Claro, tudo dependerá da aprovação desta reforma, e de uma possível reforma trabalhista que já começa a ser discutida. Eu acredito que se a reforma da Previdência passar como foi proposta, teremos uma resposta positiva imediata dos agentes econômicos.
Se uma reforma trabalhista for aprovada, facilitando a contratação e dispensa de funcionários, permitindo aos empresários arriscarem mais, sem o imenso ônus que têm hoje ao demitir um empregado, a economia brasileira pode entrar em uma fase de crescimento sustentável como nunca aconteceu antes. Se a equipe econômica mantiver a linha que adotou até agora, e tivermos a competência de eleger um presidente que dê prosseguimento a esta política econômica, com as reformas aprovadas, recuperaremos o grau de investimento talvez em 2018 ou 2019, trazendo de volta investimentos estrangeiros em grande quantidade, o que resultará em forte crescimento econômico e muitos empregos.
Mas é preciso ter um pouco de paciência e, quem sabe, até um pouco de fé. Se o Presidente Temer sobreviver ao tsunami da Operação Lava Jato (espero que prove sua inocência) e conseguir levar adiante as reformas amargas (mas necessárias) a que se propôs, estará tudo pronto para retomarmos um ritmo de crescimento robusto.
2017 é o ano chave para o futuro do Brasil.
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