James M. Dressler
04/11/2015 | Faltam Três
Esta semana completamos um ano do segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff. Debaixo de um mau tempo danado, resultado do descalabro econômico criado no primeiro mandato, fica a dúvida: nós resistiremos a mais três anos de Dilma ocupando o Palácio do Planalto, e pior ainda, quem sabe mais sete sob a condução do país nas mãos do PT?
Já chegamos ao ponto de que os próprios petistas admitem que disseram uma coisa na campanha de 2014 mas entregaram seu oposto depois de fechadas as urnas. Não deixa de ser irônico que provavelmente o PT desejasse ser oposição hoje, deixando o conserto de seus desmandos na economia para Aécio Neves, para voltar para mais 16 anos em 2018. É aquela coisa, olhando o PT e a vitória em 2014: cuidado com o que você deseja!
O fato é que o PT já não tinha saída em 2014. O partido cresceu de tal forma no poder, ocupou tantos espaços e cargos, que já não poderia sobreviver sem ser governo, não sem isso trazer sérias consequências para o partido e para sua militância política aboletada em toda sorte de cargos criados na estrutura do governo e no sem número de estatais criadas justamente para empregá-los, não importando o quanto seriam úteis ou não.
O resultado do desastre econômico e político causado pelo PT só não foi mais grave e só não aconteceu mais cedo porque Lula foi obrigado a se conter quando o mensalão foi descoberto, senão a virada à esquerda teria acontecido antes mesmo de Dilma ter assumido. Ainda assim, no segundo mandato de Lula já começava a ser semeado o descalabro econômico que viria depois. Quando o PT se sentiu seguro de que poderia eleger qualquer um para o lugar de Lula, aí a virada na política econômica se cristalizou.
E isso, somado às mudanças das circunstâncias econômicas externas, como o fim do boom das commodities, jogou o país neste caos que enfrentamos. Claro, não fossem as políticas econômicas desenvolvimentistas arquitetadas por Dilma, seguidas e implementadas com maestria (para nosso azar) por Guido Mantega, talvez estivéssemos enfrentando algumas dificuldades: talvez o crescimento econômico baixo, talvez algum aumento do desemprego. Mas não uma queda de 3% do PIB, nem o desemprego batendo em 10% ou a inflação alcançando os dois dígitos, em torno de 10%. Muito menos as três coisas juntas.
Por outro lado, poderíamos estar em uma situação até de bom crescimento, houvesse o governo começado minimamente a implementar as reformas de que o país necessita há no mínimo duas décadas. Como o PT recusa-se, pretensamente em “defesa dos trabalhadores”, a fazer qualquer reforma como, por exemplo, a reforma da previdência, instituindo uma idade mínima para aposentadoria, ou fazer uma reforma trabalhista, modernizando as relações de trabalho, seguimos na contramão do mundo, e claro, se os outros crescem muito, nós não crescemos nada e até regredimos. Este ano, 3%. No ano que vem já se antevê outro recuo no PIB, talvez outros 3%.
A pergunta que fica é: o Brasil aguenta mais três anos disso?
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