James M. Dressler
22/01/2015 | Jihad
Estamos todos ainda chocados com o atentado terrorista de duas semanas atrás, contra a publicação Charlie Hebdo e um estabelecimento judeu localizados em Paris. Não só pela violência, mas também pela ousadia dos terroristas que o perpetraram. No rodízio de atentados terroristas de grupos islâmicos radicais, que já atingiram Inglaterra e Espanha anteriormente, chegou a vez da França ser o alvo.
Apesar de achar as charges do Charlie Hebdo de extremo mau gosto e absolutamente sem graça, nada justifica o atentado de que a publicação foi alvo. Não justificaria sequer a destruição das instalações ou de um computador que fosse, mesmo que ninguém saísse machucado. Há um domínio de resposta que se pode dar diante de uma ofensa e, num mundo civilizado, o domínio em que se insere uma eventual resposta às charges deveria ficar restrita ao lápis e papel. Ou à esfera jurídica, se assim entendessem os que se sentiram prejudicados.
E olhe que nem sou adepto daquelas teorias sobre “reação desproporcional” que andam muito em voga, principalmente em relação a estas violentas manifestações de rua dos últimos tempos, onde um depredador quebra à pedradas uma vitrine e a polícia reage com bombas de gás e balas de borracha e lá vem alguém dizer que houve a tal “reação desproporcional”. Queriam o quê? Que se informasse ao delinqüente que não deve destruir a propriedade alheia, que isso é crime, e ver se aí ele se comporta? Ou quem sabe se atirassem pedras de volta? É um deboche com a inteligência das pessoas. Reação desproporcional é reagir a uma piada com rajadas de metralhadora, acertando ou não alguém.
Por outro lado, estamos navegando por mares muito perigosos. Após os atentados, diversos líderes islâmicos condenaram as ações violentas, mas sempre lembrando o que os motivou. Nem vou entrar no mérito de que estavam justificando em parte ou no todo o terrorismo de fundo religioso islâmico. Acho que não importa, e espero que não estejam. Vou me concentrar no fato de que antes de tudo, condenaram. Mas já condenaram em outras ocasiões, e os atentados continuaram e até se multiplicaram, assim como os grupos radicais islâmicos. Já temos agora uma plêiade de organizações islâmicas que pregam o terrorismo como legítima reação a qualquer coisa que os incomode.
Se o Islã é a religião da paz como a grande maioria dos islâmicos apregoa, e eu quero acreditar e torço para que seja, chegou a hora dos principais líderes islâmicos promoverem um esforço máximo para eliminar o radicalismo que conduz à violência dentro de seu seio. Chegou a hora de dar um basta nos radicais e mostrar ao mundo que o islamismo é pacífico e tolerante com os não-islâmicos e com manifestações que divirjam de sua fé.
Este é o momento histórico do Islã lançar uma jihad pela paz e pelo fim do terrorismo entre seus fiéis. Ou o próprio Islã faz isso, ou temo que alguém o fará por ele, com conseqüências nada boas para todos habitantes deste planeta.
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