James M. Dressler
15/01/2018 | Rebaixamento
E o Brasil teve sua nota (rating) rebaixada novamente pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s, desta vez de BB para BB-. Que repercussão isso trará para o Brasil?
Primeiro, vamos esclarecer a classificação da Standard & Poor’s. O chamado grau de investimento, que possibilita a diversos fundos mundiais aplicarem seu dinheiro no país que recebe tal rating, começa no nível BBB-, o primeiro a ser considerado dentro desta faixa. Acima dele, o BBB, BBB+, A-, A, A+, AA-, AA, AA+, AAA- e AAA. O chamado “triplo A”, por exemplo, é o grau que os Estados Unidos da América têm. O Brasil já obteve o grau de investimento há 10 anos, chegando ao nível BBB, mas devido às políticas econômicas desastrosas que abraçou de lá para cá, foi gradativamente perdendo credibilidade, passando então para o grau especulativo, primeiro com BB+, depois BB, e agora BB-.
Economicamente, a descida de mais um grau na faixa especulativa não trará maiores impactos, mas tornará mais caros financiamentos internacionais que as empresas brasileiras tentarem obter no exterior. Isso não ajuda no crescimento de nossa economia, no crescimento das empresas, na geração de empregos. Este é lado sombrio de mais este rebaixamento do rating brasileiro.
Eventuais choradeiras sobre o interesse dos grandes bancos internacionais em forçar o Brasil a elevar juros, a ganhar mais cobrando juros maiores de empresas brasileiras é apenas aquela velha tática de culpar o resto do mundo pelos problemas que nós mesmos criamos. Sempre esteve apenas na nossa mão fazer o devido ajuste fiscal, acabar com o rombo da Previdência, parar de gastar mais do que arrecadamos, parar de aumentar impostos sempre que a conta não fecha, sufocando as pessoas e as empresas, não deixando que elas prosperem. É aquela mania de perseguição no melhor estilo das “veias abertas da América Latina”. Nem o autor do livro, Eduardo Galeano, que embasou tal pensamento décadas atrás, acreditava mais nessa papagaiada, o que ele mesmo acabou confessando, antes de morrer em 2015.
O que nos resta é o alerta, quem sabe gere um despertar, para que finalmente aprovemos a reforma da Previdência e equacionemos este nosso desajuste fiscal, que a cada ano fica pior. Ou afundaremos de tal forma, que quando a reforma for finalmente feita, as regras terão que ser muito mais duras do que a moleza a ser votada em fevereiro deste ano.
Não podemos deixar escapar esta oportunidade.
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