James M. Dressler
14/09/2016 | Eleições
Estamos a menos de um mês das eleições municipais, e já se delineiam os principais candidatos a prefeito, além de estarmos inundados com informações sobre as centenas de candidatos a vereador pedindo nosso voto em outubro.
Minha pretensão neste artigo é alertá-lo para não se deixar enganar por velhas promessas que não tem como ser cumpridas pelos candidatos, por mais bem intencionados que sejam. Para começar, gostaria de lembrar a célebre frase do cientista político americano Thomas Sowell: “quando o povo quer o impossível de seus governantes, só os políticos mentirosos podem satisfazê-lo”.
Esta frase cabe como uma luva nesta eleição ou em qualquer outra. A primeira coisa que temos que ter em mente, em relação ao estado, seja no nível municipal (prefeitura), estadual (governo estadual) ou federal (governo federal), é que há uma escala de prioridades a que devem atender.
Infelizmente, no Brasil, já começamos com uma distorção: a segurança não é papel do município como é nos Estados Unidos, e sim atribuição do estado federado. Não é à toa que a nossa segurança não é das melhores, pois ao invés de usarmos a estrutura logística da prefeitura, que é focada no município, usamos uma estrutura que não tem este foco, a do estado, deixando tudo mais complicado.
Primeira coisa no caso de eleição para prefeito, é não levar muito em conta o que o candidato promete em termos de segurança, já que não é de sua alçada. Além disso, se os recursos já são escassos para cumprir aquilo que é, imagine o que não é. Então, muito cuidado com o que o candidato promete em termos de segurança. Tirando alguma novidade tecnológica ou de parceria com o estado, desconfie.
Depois da segurança vem a saúde, onde o município pode sim fazer a diferença, vale a pena prestar atenção nas ideias que o candidato apresenta direcionadas para esta área. Preste atenção se as ideias são boas e simples, factíveis de serem implementadas, ou demandam recursos do governo estadual ou federal, que ambos sabemos não estarem em condições de ajudar devido às dificuldades fiscais que ambos enfrentam.
Ainda dentro daquela tríade das funções principais do estado, vem a educação, outro função que é de competência, em determinadas esferas, do governo municipal. Hora de prestar atenção nas promessas, valendo o mesmo que vale para a saúde: ideias originais, inteligentes, poupadoras de recursos materiais e não gastadora de recursos já escassos.
Finalmente, mas também importante, devemos prestar atenção no que os candidatos têm a dizer quanto ao estímulo às empresas e negócios (ou simplesmente que a prefeitura deixe de atrapalhar, simplificando a vida do empreendedor), pois é apenas a iniciativa privada que gera riqueza e não o estado, que apenas tributa a primeira de forma a poder prover uma gama de serviços, visando manter a ordem e oferecer saúde e educação básica. É no município que as empresas se localizam, afinal, estado e país são ficções, real mesmo é o município, é nele que vivemos e que as empresas funcionam, então fiquemos atentos aos candidatos que prometem facilitar a vida das empresas onde grande parte da população trabalha e gera riquezas.
Atentem para estes pontos quando forem escolher um candidato, pois se há algo que espero que a maioria das pessoas tenha percebido nestes últimos treze anos, é que quando os governantes têm poder demais, quando confiamos neles nosso futuro, quando esperamos que eles façam quase tudo por nós através do estado, ao invés de nós mesmos progredirmos e satisfazermos nossas necessidades, acabamos apenas pagando mais caro por nenhum ou pouco retorno.
Esta eleição de 2016 será o termômetro que medirá se já entendemos isso ou se vamos precisar aumentar a dose do veneno para entender de uma vez por todas que nenhum governo vai resolver nossos problemas. Apenas nós mesmos, com trabalho duro, muito duro.
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