James M. Dressler
02/11/2016 | Ocupações
E explodiram as “ocupações” (melhor dizendo, invasões!) de escolas pelo país, com epicentro no Paraná (não por acaso o Estado em que se desenrola o trabalho da Operação Lava Jato). O que está por trás deste movimento?
Não tenho a menor dúvida que é um movimento orquestrado pelos apeados do poder com o impeachment. Nem entro no detalhe de que PEC semelhante a PEC 241 já fosse um desejo do governo de Dilma Rousseff, sem qualquer sinal de preocupação pelos mesmos que agora gritam que o mundo vai acabar com a aprovação da PEC 241. Como sempre fizeram quando eram oposição na década de 90, as esquerdas são contra qualquer projeto apresentado pela situação, tanto faz se contrariam ou não seus princípios ideológicos, se trarão ou não algum (ou muito) ganho para a população.
A explicação é óbvia: se o projeto contraria, serão organicamente opositores ao projeto. Caso contrário, o projeto poderá trazer vantagem ao partido “de direita” no poder, que cairá ainda mais nas graças da população, atrapalhando os projetos de poder deles, oposicionistas e esquerdistas, que pretendem ter a hegemonia das consciências. Então, dentro desta ótica, não importa o objeto da PEC, o negócio é ser contra, como aconteceu recentemente no caso da liberação de recursos do FIES, onde as esquerdas ameaçaram obstruir a votação. Flagrados pela mídia, acabaram voltando atrás.
Além disso, há sempre os partidos satélites ao partido de esquerda majoritário, que se diziam oposição ao governo impedido, apenas por mera retórica, discurso para enganar bobos. Na hora H, votaram contra o impeachment. Agora, a nave-mãe e seus satélites orquestram, diretamente com militantes ou indiretamente com professores simpatizantes, estas ocupações de escolas em vários estados do país, usando alunos vítimas de lavagem cerebral como perpetradores dos crimes de invasão. Para completar, somos brindados com vídeos motivacionais de alunos (provavelmente repetidos ad nauseam para outras crianças dentro das invasões), discursando do alto de sua “sabedoria” sobre o ensino, quando não passam de ignorantes, sem qualquer experiência de vida, sem qualquer noção da realidade além daquela em torno de seu umbigo. Nada mais dizem do que rematadas asneiras, ensinadas explicita ou subliminarmente em nossas escolas por “trabalhadores em educação”, que viraram nas últimas décadas ambientes perfeitos para a doutrinação marxista.
O resultado não poderia ser outro: alunos ainda mais despreparados, que aprendem a reclamar sobre coisas que não entendem, ao invés de estudarem Matemática, Física, Química, Português, que escrevem “nois” quando queriam escrever “nós”, ou usam “mais” ao invés de “mas”. Imaginem se em coisas tão básicas, que antigamente a gente já sabia escrever e empregar corretamente no segundo ano do primário, crianças na oitava série de hoje ainda erram, imagine em coisas mais abstratas como Matemática ou Química, como é que elas se saem. E como se não bastasse isso, além de não estudar, durante as invasões rola de tudo, e ao invés da escola ser o ambiente para espalhar o conhecimento, acaba espalhando o uso de drogas, sexo entre menores e violência. Não por acaso um aluno acabou morrendo esfaqueado por outro dentro de uma escola invadida.
Definitivamente, o futuro destas crianças não é nada promissor. Depois de décadas de greves sem fim em todos os níveis de ensino, da decorrente decadência natural da qualidade do ensino, do rebaixamento da exigência para aprovações dos alunos, sob o pretexto de evitar o abandono escolar, acabou-se produzindo, no mínimo, umas duas gerações de analfabetos funcionais, em sua grande maioria.
Num futuro não muito distante, quando a economia do país refletir tal despreparo para as atividades profissionais, as maiores vítimas da pobreza resultante serão estas mesmas gerações que agora estão sendo vítimas do péssimo ensino que temos, formando um círculo vicioso do qual será muito difícil escapar.
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