James M. Dressler
09/10/2017 | Bolsa
E acabou acontecendo o que vinha se desenhando desde que o Brasil abandonou a política econômica do PT com o impeachment de Dilma Rousseff: a economia começou a dar sinais de melhora, os juros caíram e a bolsa de valores brasileira alcançou sua máxima histórica em pontos, com direito a manchete no Jornal Nacional. E agora?
Primeiramente, uma correção. Apesar de a bolsa brasileira ter alcançado sua máxima em pontos, na realidade, se corrigirmos em dólar a pontuação, estamos ainda muito aquém de atingir a máxima alcançada há quase 10 anos atrás. Ou seja, na teoria, há ainda muito espaço para a bolsa subir, à medida que o cenário político e econômico melhore. E, se isso acontecer, a bolsa poderá dobrar esta pontuação atingida na semana passada, 77.000 pontos, para aí sim voltar ao patamar atingido em 2008, que corresponderiam hoje a mais de 150.000 pontos. E claro, nada impede que ultrapasse e siga subindo depois.
Você pode estar se perguntando se ainda é o momento de investir em ações, se já não se perdeu o timing correto para fazê-lo. Certamente, se houvesse investido já no início de 2016, quando a bolsa andava em torno de 36.000 pontos, ou até seis meses atrás, seus ganhos poderiam ser muito maiores. Seria mais fácil encontrar boas oportunidades de investir em excelentes empresas que vinham tendo suas ações negociadas a preços muito descontados. Ainda existem muitas oportunidades, porém lembre-se sempre que há uma eleição no ano que vem, e que a eleição de um candidato que represente a volta da política econômica desastrada implantada até 2015, fará a bolsa despencar a patamares muito baixos. E se acontecesse isso, a bolsa cairia apenas antecipando uma crise que com certeza se abateria sobre a economia brasileira, com o aumento da taxa de juros, mais desemprego e fuga de investimentos. Não se engane, será isso que irá acontecer se gente com as mesmas ideias “desenvolvimentistas” ultrapassadas voltarem ao poder.
Acho pouco provável a eleição de um candidato de esquerda no ano que vem. Entretanto, tenha sempre cautela ao investir na bolsa. Se você tem uma poupança e quiser aproveitar a oportunidade agora, nunca invista mais do que 20% desta poupança. Não invista também sem algum aconselhamento de gente que entenda do assunto. Onde encontrá-los? Há consultorias que podem lhe ajudar, basta procurar no Google por “consultoria de investimentos”, e você vai encontrar algumas. Há grupos no Facebook que também podem ajudar. Seu próprio banco pode ajudá-lo, se tiver uma corretora de valores, no caso de você optar por comprar ações de empresas diretamente na bolsa. Normalmente é fácil abrir a conta na corretora, neste caso. Consulte seu gerente. Há corretoras independentes também, sem cobrança de tarifas para abrir e manter sua conta. Em qualquer um dos casos, você poderá comprar e vender ações a partir de seu computador, em casa. Caso prefira algo mais simples do que você mesmo comprar ações, todos os bancos têm fundos de investimento que acompanham a variação da bolsa de valores, e que funcionam basicamente, em termos de aplicação e resgate, como fundos de renda fixa. Se optar por eles, seu gerente de conta pode lhe dar mais detalhes sobre os fundos disponíveis.
Seja qual for a opção que você prefira, lembre-se sempre do seguinte: aplicação na bolsa de valores é uma aplicação de renda variável. Está sujeita a altas e a baixas. Se o racional do investimento aponta para alta e eventualmente há quedas, não se desespere e saia da aplicação. É normal que depois de altas, haja alguma correção de valores, resultando em uma queda. Enquanto o panorama econômico apontar para evolução, novas altas virão, mas fique sempre atento ao cenário econômico.
Qual o limite para a nossa bolsa de valores? Não sei, mas quanto mais alto ela chegar, significará que o Brasil encontrou novamente o caminho para o desenvolvimento econômico. As perspectivas são boas, vamos ver se não cometemos mais os erros de nosso passado recente.
Compartilhe
- Dia de Santa Adelaide
- Dia de São José Moscati
- Dia do Butantã
- Dia do Reservista
- Dia do Síndico - Porto Alegre
- Dia do Teatro Amador